Pesquisa mostra que Brasil não será super potência em 15 anos
Publicado 02/06/2006 15:30
Segundo o levantamento, apenas uma média de 5% dos entrevistados considera que o Brasil tem um papel global de liderança hoje. E apenas 10% acreditam que isso vai ocorrer até 2020. Já entre as pessoas entrevistadas no Brasil, 15% avaliam que o País já é uma potência mundial e 32% esperam que isso se concretizara nos próximos 15 anos.
O estudo mostra que atualmente os Estados Unidos são vistos como uma potência global por 81% dos entrevistados, seguidos pela China (45%), Japão (37%), Grã-Bretanha (32%) e a União Européia (29%). Mas apenas 57% acreditam que dentro de 15 anos os Estados Unidos continuarão sendo uma megapotência. Os países emergentes que aparecem com maior relevância global no futuro próximo são China e Índia.
Estabilidade política
Entre as características mais importantes de uma potência mundial, a maioria dos entrevistados destacou a estabilidade política, a força econômica, além de uma estrutura educacional e de pesquisa eficiente. Para a maioria, o poderio militar está se tornando um elemento de poder cada vez menos importante e foi citado apenas por 20% dos entrevistados.
Os desafios mais importantes para as superpotências são o terrorismo internacional, a pobreza e a mudança climática. Já os brasileiros consideram o combate à corrupção como o segundo objetivo mais importante a ser perseguido pelas potências mundiais. E consideram o fundamentalismo religioso como a ameaça global menos importante.
Segundo a fundação Bertelsmann Stiftung, a maioria da população nos países mais importantes não acredita no estabelecimento de uma agenda mundial comum, mas crêem na existência de um mundo multipolar.
Predominância nacionalista
Os autores do estudo concluíram que haverá uma tendência predominante pelo vigor nacional e os grandes poderes políticos clássicos do século 19. Essa avaliação se aplica principalmente na Rússia, Índia, Grã-Bretanha e também no Brasil. Apesar de muitos desejarem uma maior presença das Nações Unidas nas decisões globais, ela foi colocada apenas na sétima posição no ranking dos futuros poderes ordenadores.
"As pessoas acreditam que a atual supremacia dos Estados Unidos vai desaparecer no futuro, mas também não esperam um equilíbrio harmonioso dos poderes mundiais que, por exemplo, seria moderado pela ONU", disse o professor Werner Weidenfeld, membro do conselho diretor da Bertelsmann Stiftung.
"As pessoas colocam mais ênfase em seu próprio esforço, na competição global e desejam que a estabilidade e a paz exerçam um papel mais importante em seu próprio país", afirmou o professor alemão.
Com agências