Iranianos repudiam nova chantagem americana sobre questão nuclear
O vice-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Mohammad Saeedi, rejeitou a oferta condicional dos EUA de negociações, afirmando que a população iraniana não permitiria a interrupç
Publicado 02/06/2006 15:03
"O Irã não pediu para que os EUA entrassem nas negociações nucleares e, se as conversas tiverem precondições, o Irã não vai desistir de seus direitos legais", Afirmou Saeedi, à agência de notícias IRNA.
"Por isso, aceitar as condições que os EUA estabeleceram é quase impossível", disse. "Os iranianos não vão aceitar que uma chantagem vá interromper o enriquecimento do urânio", declarou.
Política ambígua do ocidente
O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, se reuniu hoje em Teerã com o secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica, Ekmeleddin Ihsanoglu. Ahmadinejad fez referências ao direito de seu país em obter energia nuclear, mas não comentou em nenhum momento o que aconteceu na cúpula de ontem em Viena, na qual estiveram reunidos os membros do Conselho de Segurança da ONU e mais a Alemanha e um representante da União Européia.
"Não há nada que indique nossa não-cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica", lembrou, comparando esta situação à de países que detêm armas nucleares e que nem sequer assinaram o Tratado de Não-Proliferação (TNP), como Israel.
"As pressões de alguns países ocidentais para privar-nos de nossos direitos serão em vão. Agora se abre uma nova oportunidade para estreitar os laços com os Estados muçulmanos", acrescentou.
A reunião de Viena entre os membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha e a UE terminou com a aprovação de um pacote de "incentivos" ao Irã para que abandone seu programa de enriquecimento de urânio. Os detalhes do tal pacote não foram divulgados.
O ministro turco de Exteriores, Abdullah Gul, disse hoje em Ancara que se reuniu com seu colega iraniano para pedir-lhe que estude com calma essa proposta e não a rejeite antes de tê-la considerado plenamente. Por enquanto, as autoridades iranianas mantêm silêncio.
Com agências internacionais