“Revolução dos Pinguins” avança no Chile
A “Revolução dos Pinguins” (assim chamada devido aos uniformes das escolas públicas chilenas), articulada nacionalmente a partir de celulares e blogs na internet, está obtendo um êxito nunca imaginado. Fez a presidente Mich
Publicado 01/06/2006 10:24
Nesta quarta-feira (31), os estudantes deram um ultimato ao governo. Eles querem uma resposta até sexta-feira para suas exigências de “reforma profunda” na educação. Do contrário, preparam para segunda-feira uma paralisação nas escolas – 900 delas, com 800 mil alunos, já pararam esta semana.
“Fazemos uma colocação ao governo para que, daqui para sexta-feira, dê uma resposta às nossas demandas. Caso contrário, vamos tomar outro tipo de medidas”, disse María Jesús Sanhueza, porta-voz dos estudantes.
Outro líder, Juan Carlos Herrera, adiantou que, se o ministro da Educação, Martín Zilic, não der uma resposta, a greve nacional na segunda-feira terá também a participalçao dos trabalhadores.
A resposta de Michelle
Michelle agiu depressa e com energia diante da brutalidade policial. Já na quarta-feira afastou o chefe dos carabineiros responsável pelos 730 jovens presos na terça-feira, e as prisões do dia cairam para uma centena. À noite, o segundo homem da repressão também foi afastado, e oito policiais estão suspensos enquanto se investiga seu comportamento.
A presidente também manifestou “nossa indignação” com as violências contra secundaristas e repórteres. Disse que as reivindicações secundaristas são “positivas e legítimas”. Abriu negociações sobre a pauta de reivindicações.
O que querem os “pinguins”
Resta ver a resposta que o governo dará ao conteúdo da plataforma do protesto estudantil. A sinalização de Michelle é no sentido de aceitá-la. “O que o governo deve fazer é escutar estas demandas e ver qual é viável e inviável, com muita transparência e com muita seriedsade”, prometeu a presidente na quarta-feira.
Entre as reivindicações secundaristas estão a gratuidade no transporte público e na inscrição para o vestibular, que hoje custa . Eles querem uma reforma educativa que transfira a responsabilidade pela educação pública dos municípios para a esfera nacional. Reclamam ainda a revogação da Lei Orgânica Constitucional de Ensino (Loce), promulgada sob a ditadura do general Pinochet.
Com agências