Jamil Murad defende segundo mandato para Lula

O deputado Jamil Murad (PCdoB-SP) defendeu um segundo mandato para o presidente Lula, em pronunciamento do plenário da Câmara dos Deputados, na noite desta segunda-feira (29). O deputado denunciou o jogo-bruto da oposição, que &qu

"Na minha opinião, e na opinião do meu partido, o PCdoB, a mudança deve ter mais ousada e mais acelerada", afirmou Jamil.

Representante do Estado de São Paulo, que viveu recentemente ataques do crime organizado, Jamil lembra que "o Brasil está com cadeias superlotadas de jovens saudáveis, que sonham em ser cidadãos e ter acesso a bens que tornam a vida mais agradável e mais alegre, mas trilharam o caminho errado e foram para a cadeia, matar e morrer. Essa é a ponta do iceberg: são dezenas de milhões que sonham com uma vida melhor".

O deputado encerrou o pronunciamento, fazendo um apelo aos brasileiros: "Vamos reeleger Lula para continuar mudando o Brasil, para acelerar a mudança e o crescimento do Brasil a favor dos trabalhadores, a favor do povo".

Luta pelo poder

Jamil analisa as eleições presidenciais como "uma encruzilhada histórica: ou o povo brasileiro elege Lula para continuar mudando o País, ou o Brasil cai nas mãos das forças político-sociais elitizadas, que fracassaram no comando do País e que voltarão a praticar a política neoliberal que o mergulhou na estagnação econômica, na submissão aos interesses dos Estados Unidos e da Europa, com restrições democráticas, privatizações e desemprego brutal".

Para o parlamentar comunista, a oposição não está interessada "no tão necessário saneamento moral e político, mas, sim, na luta em dar o seu rumo para o Brasil; na luta apenas pelo poder político, para se retornar a nefasta política que aplicaram enquanto governavam".

Ele denuncia o jogo-bruto, do vale-tudo, empregado pelas "forças conservadoras, elitistas, contra o rumo de progresso que o Brasil começa a trilhar com o comando de Lula e contra o lucro de forças de esquerdas, PT, PCdoB, PSB, mais próximos do Presidente, junto com outros aliados".

E destacou : "É necessário lembrar que as classes dominantes têm experiência em fazer cruzadas moralistas, estimulam golpismos de diferentes tipos, atuam de maneira servil diante dos interesses imperialistas, acostumados a insuflar golpes, guerras, ocupação pelo mundo afora".

Aliança com o centro

O parlamentar destacou o interesse em apresentar propostas para o desenvolvimento do Brasil, porque "o povo está cansado de campeonato de frases de efeito. O Brasil está mudando para melhor. E a nova eleição do Presidente Lula é a necessidade e a garantia para acelerar e aprofundar as mudanças tão indispensáveis".

Jamil falou sobre a posição do PCdoB, de defesa de "aliança ampla e representativa de bases sociais extensas para unir a maioria da Nação, garantindo governabilidade e condições para grandes mudanças", acrescentando que essa aliança deve ocorrer em torno do Presidente Lula, "hoje o maior líder político nacional, que desempenha papel de expressão no continente", afirmou.

"O PCdoB, analisando as lições do primeiro mandato, considera que não se deve buscar apoio no varejo, mas se deve fazer coalizão política de governo, com fisionomia e objetivos bem determinados. Em vez de prevalecer a aglutinação de forças mais conservadoras, deve-se compor com centro, principalmente com o PMDB, estendendo a outros partidos que aceitasse o programa comum de governo", explicou o parlamentar.

Programa de governo

Jamil falou também sobre as propostas de um programa de governo, que garanta "a continuidade das mudanças, sua aceleração e seu aprofundamento", disse, acrescentando que "o programa comum será uma plataforma, uma nova carta do Presidente aos brasileiros, que atenderá às necessidades de investimento, de desenvolvimento mais elevados, a valorização do trabalho e o bem-estar social".

Para atingir esses objetivos, Jamil destaca "a necessidade da diminuição das taxas de juros reais, reduzindo o peso da dívida pública e os elevados superávits primários, para potencializar o investimento público e o mercado interno, melhorando as condições de investimento privado — nacional e estrangeiro — , voltado à infra-estrutura, à produção e ao desenvolvimento do País". Ele afasta a idéia de que "o novo esforço para o desenvolvimento não é contraditório com a estabilidade econômica".
 

Jamil sugeriu ainda a redução dos encargos financeiros e alongamento dos prazos de vencimento da dívida pública. E ainda "o governo deve adotar medidas e metas de inflação que não comprometam o desenvolvimento. É necessário dedicar maiores recursos à área social, dando-lhe maior eficiência, maior transparência e elevando o controle público".

Elogios à política externa

Para Jamil Murad, o presidente Lula desenvolve uma política de afirmação da soberania nacional, que deve continuar e se fortalecer, "consolidando o bloco sul-americano contra a hegemonia imperialista, fortalecendo a relação sul/sul para conquistarmos um novo ordenamento político internacional e pacífico", enfatizou o deputado.

Para o segundo mandato de Lula, Jamil defende reforma política, democratização dos meios de comunicação e aumento da participação popular. O deputado comunista também defende "a valorização do trabalho e a distribuição de renda, recuperando o poder de compra do salário mínimo, ampliando a geração de mais e mais empregos, implementando a reforma agrária, colocando metas mais ousadas de assentamentos, de financiamentos e de infra-estrutura vinculada à agricultura familiar".

O deputado fez também a defesa da universalização dos direitos sociais, incluindo atendimento às demandas na área de educação, pela erradicação do analfabetismo e reforma universitária com expansão do acesso ao ensino superior público; na saúde, pela valorização do Sistema Único de Saúde (SUS), no desenvolvimento de política cultural e esportiva de inclusão social.

Jamil Murad também fez referência a necessidade de reforma urbana que amplie o acesos à moradia e implementação de uma previdência pública, solidária e inclusiva.

De Brasília

Márcia Xavier