Em Barcelona, Gil defende ética e militância hacker
O ministro de Cultura, Gilberto Gil, defendeu hoje a ética dos “hackers”, que classificou de “militantes da contracultura”. Em Barcelona, onde participou da abertura do Congresso Global da internet, Gil foi explícito:
Publicado 29/05/2006 15:58
De acordo com o ministro, é preciso diferenciar os hackers dos "crackers" que, em sua opinião, são piratas da informática comuns. Ele classificou os hackers como primeiros "militantes da contracultura a ver no computador uma fantástica ferramenta de comunicação". A posição contraria frontalmente os interesses da indústria de softwares pagos, monopolizada mundialmente pela norte-americana Microsoft.
“Os hackers inovam”
Gil opôs o mundo "hacker" ao que chamou de "ortodoxia analógica reacionária", defendeu a aposta no software livre e disse que "a internet permite criar espaços de igualdade". Para o ministro, "os hackers inovam, resolvem problemas e exercitam a organização de cooperação mútua e voluntária", o que se encaixaria perfeitamente no espírito inicial da internet.
Gil advertiu que "a revolução tecnológica não pode se justificar por si mesma. Ela deve ser refletida no benefício e bem-estar dos povos". Ele citou como exemplo o programa "Um PC para todos", desenvolvido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visa disseminar o uso de computadores a preços acessíveis e equipados com software livre.
"Graças à internet, um índio do Amazonas pode oferecer seus cestos artesanais a compradores do Primeiro Mundo evitando intermediários e conseguindo, por isso, um preço cem vezes superior ao que recebia antes e, ao mesmo tempo o comprador consegue descontos enormes", disse Gil.
O Congresso Global da internet, com quatro dias, analisa as tendências e desafios do mundo em rede.
Com agências