Crescem denúncias contra petrolífera Oxy

Depois que a Petroequador tomou o controle das instalações da petrolífera estadunidense Oxy na Amazônica equatoriana, afloram novas denúncias sobre as irregularidades cometidas pela transnacional neste país.

 

O Comitê de Empresa de Trabalhadores de Petroprodução, filial da estatal Petroequador, denunciou que a empresa norte-americana, que declarou na semana passada a caducidade do contrato, se excedeu na exploração dos campos no Bloco 15.
 

Os empregados da empresa, que operam atualmente nesses campos, exigiram uma auditoria nas jazidas Éden Yuturi e Limoncocha, localizadas dentro desse bloco. Segundo eles, há provas de extração excessiva do petróleo pela Oxy. Os funcionários instaram a estatal a agilizar a declaração de emergência das instalações e que funcione uma unidade transitória para verificar a exploração do petróleo.

 

Segundo Mario Santos, presidente do Comitê de Trabalhadores de Petroprodução, a Petroequador deve estabelecer um regulamento dessa unidade para que esteja em condições de adquirir e pagar serviços com a mesma facilidade das petrolíferas privadas. “Faz falta uma auditoria técnica para comprovar o estados dos campos com um altíssimo conteúdo de água, devido à excessiva exploração”, enfatizou segundo veículos de imprensa nacionais.

 

“Dos quatro campos petrolíferos revertidos ao Estado, há dois compartilhados (Éden Yuturi e Limoncocha), mas com o de Éden Yuturi se verificou que foram entregues em condições realmente lamentáveis porque a produção estava acima de 80%”, disse. Porta-vozes da Petroequador anunciaram que também está sendo investigada outra denúncia de que a transnacional perfurou poços fora da área de sua concessão na zona Éden-Yuturi.

 

Segundo a acusação, a Oxy extraia petróleo de maneira ilegal de três poços (EYG-T32, EYG-46 e EYG-46ST), ação que se qualifica como de má intenção e espera-se que seja pedido um acerto de contas com a companhia estrangeira.

 

O presidente da estatal, Fernando González, disse dias atrás que não pode confirmar essas denúncias até que sejam realmente comprovadas. Se isso ocorrer ele garante que será aplicada a lei contra a Oxy.

 

Danos irreparáveis

 

Em meio a esse cenário, a Frente de Defesa da Amazônia também exigiu do governo a realização de uma pesquisa nos campos que pertenciam a Oxy, pois existem indícios de danos ambientais e culturais irreparáveis.

 

Segundo uma carta do grupo entregue ao ministro de Energia, Iván Rodríguez, as investigações devem se realizar imediatamente, caso contrário, com o passar do tempo será muito difícil determinar a responsabilidade desses impactos. O grupo assegura contar com denúncias de vários ex-empregados da companhia estadunidense de que na área na qual operavam se registraram derramamentos de petróleo.

 

A caducidade do contrato do Equador com a petrolífera gerou acusações entre essa empresa e o governo equatoriano e até tensões com Washington. A companhia chamou de inconstitucional a decisão do Executivo de suspender o convênio, apesar de ter sido comprovado que ela havia passado 40% de suas ações para outra empresa sem o consentimento do Estado.

Da Redação
Com agências.