CSC saúda 2º congresso de trabalhadores venezuelanos
Será aberto nesta quinta-feira (25/05), em Caracas, o 2º Congresso da União Nacional de Trabalhadores da Venezuela (UNT), que realizará sua plenária final no próximo dia 27. Diante das transformações sociais impulsionadas pela re
Publicado 24/05/2006 10:30
A convite da UNT, João Batista Lemos, coordenador nacional da Corrente Sindical Classista (CSC), participa do congresso. Confira sua mensagem aos trabalhadores venezuelanos, elaborada em nome da CSC.
Globalizar a luta da classe trabalhadora
Vivemos, hoje, em toda a América Latina um novo momento político, contraditório e carregado de desafios, mas certamente também muito promissor para a classe trabalhadora. De um lado, persiste a ofensiva neoliberal comandada pelo capital financeiro internacional, traduzida na intensificação da opressão imperialista contra as nações mais pobres e na depreciação do trabalho, imposta por meio do desemprego estrutural e massivo, precarização das relações de produção e flexibilização ou abolição de direitos sociais conquistados ao longo de mais de um século de lutas. Do outro, cresce a resistência dos trabalhadores e dos povos da região contra o imperialismo, fortalecendo e impulsionando a perspectiva revolucionária de um novo projeto político, oposto ao neoliberalismo e orientado para o desenvolvimento soberano e solidário das nações, fundado na justiça social e na valorização do trabalho.
Os ventos da mudança podem ser percebidos no avanço eleitoral das forças e partidos de esquerda em vários países latino-americanos. A revolução bolivariana em curso na Venezuela constitui a experiência mais avançada neste sentido e aponta um grande objetivo estratégico do proletariado em todo o mundo, que é o de construir o socialismo do século XXI. Desejo reiterar aqui a ativa solidariedade da nossa Corrente Sindical Classista ao governo Chávez e à revolução bolivariana, com a certeza de que traduzo também o sentimento da esmagadora maioria do povo brasileiro.
O acirramento da luta de classes em nossa América Latina, em boa medida decorrente das contradições despertadas pela ofensiva reacionária do capitalismo neoliberal, traz novos desafios ao movimento sindical, renovando a necessidade de valorizar o internacionalismo da classe trabalhadora e procurar formas de globalizar as lutas sociais. É imprescindível unificar o movimento sindical para obter vitórias mais consistentes na luta contra o neoliberalismo.
Espontaneamente, a resistência da classe trabalhadora e dos povos ao projeto neoliberal do capital financeiro internacional aponta a necessidade de uma alternativa política e econômica de caráter democrático e popular à ordem imperialista, que deve se traduzir num outro modelo de desenvolvimento (oposto ao neoliberalismo) e ter por horizonte a perspectiva de uma nova experiência socialista – o socialismo do século XXI, preconizado pelo presidente Hugo Chávez. Nossa Corrente Sindical Classista propõe, como um passo importante nesta direção, o projeto de desenvolvimento nacional com soberania e valorização do trabalho.
A constituição de um Fórum Sindical das Américas pode contribuir muito para a unificação do sindicalismo e das lutas sociais, viabilizando um espaço amplo de debate com representantes de entidades ligadas às diferentes centrais, visando a troca de experiências e elaboração de propostas de alternativas e diretivas unitárias de ação contra o neoliberalismo, respeitando-se a autonomia das entidades nacionais e a diversidade de opiniões existentes.
Declaramos também nosso apoio à nacionalização dos hidrocarbonetos promovida pelo governo de Evo Morales, que consideramos uma medida justa e soberana. Manifestamos nossa solidariedade à Cuba socialista, que hoje, através da Alba, junto com a Venezuela, dissemina o espírito de resistência e luta contra o neoliberalismo.
No Brasil, lutaremos pelo avanço das mudanças, contra o retrocesso que representaria a volta da direita neoliberal ao governo nacional. Para isso é fundamental a reeleição do presidente Lula em outubro, com o que prosseguiremos no rumo dos atuais avanços progressistas na América Latina, visando uma integração soberana idealizada por Simon Bolívar. Contamos com o apoio e a solidariedade da U.N.T nesta batalha.
Estou convencido de que a União Nacional dos Trabalhadores da Venezuela pode desempenhar um papel muito positivo neste sentido e quero concluir com uma calorosa saudação ao vosso II Congresso, enfatizando que compartilho plenamente com o espírito revolucionário que o orienta.
João Batista Lemos
pela Coordenação Nacional da CSC