A disputa eleitoral em São Paulo

Por Rovilson Britto*

 

Já estão definidas duas das principais candidaturas ao governo do Estado de São Paulo. De um lado, o tucano José Serra, de outro o p

Serra foi preterido pelo PSDB na disputa presidencial e, apesar de promessas em contrário, abandonou a prefeitura da capital nas mãos do PFL para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Serra procura atrair forças para uma composição que garanta a continuidade do tucanato à frente de São Paulo, depois de doze anos de gestão.

 

A outra candidatura já definida é a de Aloizio Mercadante, pelo Partido dos Trabalhadores. Mercadante venceu a prévia petista do último dia 7 e rapidamente buscou unificar o partido em torno de sua campanha. Sua candidatura tem completa afinação política com Lula. Representará uma voz decidida em defesa do presidente e da necessidade do Estado se integrar no esforço para promover um desenvolvimento econômico acelerado e com benefícios para o povo.

Indefinição peemedebista
 

No PMDB permanece a indefinição. A candidatura de Quércia continua bem posicionada nas pesquisas. No entanto, os rumos do partido dependem da decisão nacional sobre candidatura própria ou não, se indicará o vice em alguma chapa ou se seguirá sem posição nacional, liberando os Estados para as composições que desejarem. A última alternativa é a mais provável. Assim, a disputa pelo apoio do PMDB em São Paulo é grande e decisiva para a existência de um segundo turno e para uma possível vitória de Mercadante.

 

O PDT apresenta a candidatura de Carlos Apolinário, mas esta não expressa a unidade do partido.

 

A tarefa central é reforçar as candidaturas do campo de oposição ao continuísmo tucano em São Paulo. Doze anos foram o suficiente para revelar que, ao contrário do que apregoam as lideranças do PSDB e a mídia, o Estado foi mal administrado, perdeu força econômica, padece da ausência de um projeto de desenvolvimento, diminuiu seus investimentos sociais e adotou postura pouco democrática em relação aos movimentos sociais e ao parlamento.

Em busca de Quércia

 

Com candidatura própria ou não, o fundamental é garantir que Quércia e o PMDB sejam coerentes com as constantes críticas que fazem ao tucanato e engrossem o coro oposicionista no âmbito do estado.

 

No que pese Serra exibir índices altos de intenção de voto, a campanha no âmbito do Estado nem começou e sofrerá também grande influência da campanha presidencial. Lula vem recuperando força em São Paulo. Além disso, no momento em que começarem os debates existirá uma polarização inevitável, entrará em campo o movimento social e a militância poderá fazer a diferença.

 

Assim, o esforço é de fazer com que a candidatura Lula possa ser vitoriosa em São Paulo e que, na definição para o governo estadual prevaleça uma alternativa que tenha força para promover o desmonte do quartel general da oposição conservadora montado no Palácio dos Bandeirantes e possa colocar o Estado como ator decisivo num projeto nacional de desenvolvimento econômico e social.

 

* Jornalista, mestre em comunicação,

secretário estadual de Comunicação do PCdoB/SP