Fontana rebate críticas de Alckmin ao presidente Lula
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), rebateu nesta quinta-feira (18) as declarações do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que acusou o presidente Lula de omissão na onda de violência em S&atil
Publicado 19/05/2006 19:16
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), rebateu nesta quinta-feira (18) as declarações do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que acusou o presidente Lula de omissão na onda de violência em São Paulo. Fontana disse que o pré-candidato tucano à Presidência da República fez declarações “irresponsáveis”.
Para Fontana, “o momento é de ação e não de ficar tentando transferir” responsabilidades , como tenta fazer Alckmin nas acusações a Lula. “É um desrespeito a qualquer pessoa de bom senso ouvir Alckmin dizer que o presidente Lula não tem realizado ações na área da segurança pública”, disse o líder petista.
“Desde 1984 já estava prevista a construção de presídios federais e quem está tirando isso do papel, 20 anos depois, é o governo Lula, que vai inaugurar os dois primeiros nos próximos 60 dias”, ressaltou.
Henrique Fontana lembrou ainda que outra ação do governo Lula na área da segurança pública foi o aumento em três mil homens no efetivo da Polícia Federal. “Além do aumento do efetivo, a Polícia Federal tem trabalhado nos últimos três anos de forma intensa e por isso mesmo conseguiu resultados positivos em diversas investigações realizadas. Então, o ex-governador Alckmin dizer que não foi feito nada é no mínimo uma irresponsabilidade”, frisou Fontana.
“Não é bom para o nosso País quando o ex-governador Alckmin faz declarações querendo transferir responsabilidade. O bom é que cada nível de governo, o Parlamento, e o Judiciário cumpram com seu papel, e ajam de maneira unificada para enfrentar o crime organizado, porque é esta atitude que população brasileira espera das autoridades”, disse.
Sanguessuga
Sobre a possibilidade de instalação de uma CPI Mista para investigar a suposta participação de parlamentares na compra superfaturada de ambulâncias, denunciada pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, Henrique Fontana afirmou que instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito neste momento, a cinco meses de uma eleição, “é criar mais um factóide”, e não um passo efetivo na busca do aprofundamento das investigações.
“Uma CPI não vai resolver o caso. É preciso continuar a investigação de forma aprofundada no âmbito do Ministério Público e da Polícia Federal, que têm quadros técnicos qualificados e especializados para uma apuração tão complexa como esta”, disse.
Para Fontana, uma CPI não terá eficácia. “Neste momento, não há ambiente dentro do Parlamento para realizar uma investigação que realmente busque separar o joio do trigo, punindo exemplarmente quem cometeu estes atos ilícitos, que considero revoltante, e devolver o atestado de idoneidade a quem está sendo eventualmente injustamente acusado”.
Segundo ele, o PT quer aprofundar as investigações, mas não em uma CPI. Mesmo assim, o partido deverá indicar os nomes de parlamentares para integrar a CPMI, caso seja criada, “para que não paire nenhuma dúvida de que nós do PT queremos de fato uma apuração rigorosa e rápida sobre as irregularidades”.
Henrique Fontana voltou a insistir que a melhor alternativa é a continuidade das investigações pela Polícia Federal e o Ministério Público, e que o resultado seja remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Depois disso, o STF é que vai dizer qual o real envolvimento de parlamentares nas irregularidades, ou seja, sobre quais existem indícios sólidos de participação que justifique uma investigação no Parlamento”, completou.
Fonte: Informes