Bastos diz que Brasil vive fim de um ciclo institucional

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que o Brasil precisa combater a lavagem de dinheiro, que é a base do crime organizado. Ele também defendeu que o país precisa reconstruir as instituições republicanas, já que vive diante do fim de um cic

Bastos afirmou ainda que disse estar preocupado com o fato de que a recente onda de violência em São Paulo seja usada como um objeto de disputa eleitoral. "Preocupa-me a idéia de que, pelo fato de estarmos em um ano de eleições, essa questão pudesse se transformar num objeto de disputa eleitoral. Ontem tivemos sintomas disso", disse Bastos. "Esses fatos não podem, de jeito nenhum, se tornarem objetos de disputa política", afirmou o ministro, durante entrevista no Fórum Nacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro. "Se tivéssemos, hoje, funcionando um sistema penitenciário federal com guardas ganhando bem, talvez tivéssemos essas crises, mas em níveis menores", afirmou. "Na medida em que se combate a lavagem de dinheiro, está se combatendo a causa mais estimulante do crime", disse Bastos.

 

 

Para o ministro, o que diminui a criminalidade não é o tamanho da pena e sim a certeza da punição. Bastos lamentou que, atualmente, o tempo mínimo que se leva entre o crime e a condenação são seis anos. No entanto, ele disse que o Judiciário tem sofrido mudanças e que se tornou um assunto que está na agenda nacional. "Não temos mais o mesmo Judiciário de 2000", afirmou. Segundo ele, agora o Judiciário "não é mais assunto só para juízes". O ministro citou o aparato da Polícia Federal como exemplo de investimento.

 

Segundo ele, além de investir em pessoas, o governo investiu em inteligência, em equipamentos e em treinamento. Para Bastos, a Polícia Federal tem tido um papel fundamental no combate aos crimes. Como exemplo, ele citou a Operação Sanguessuga e a Operação Oceanos Gêmeos. "São quase 300 operações de grande porte, sem matar ninguém e sem disparar um tiro", disse. Sobre o sistema prisional, o ministro afirmou que, em junho, deve ser inaugurado um novo presídio. No total, segundo ele, são cinco novos presídios a serem inaugurados, provavelmente até o final do ano, que somarão cerca de mil novas vagas em penitenciárias.

 

 

Com agências