PSDB: jogando a toalha. Tendência é ir com Requião
Pela primeira vez o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, admitiu que está perdendo a queda-de-braço interna para a ala liderada pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que conduz o partido para o palanque da
Publicado 18/05/2006 08:17 | Editado 04/03/2020 16:55
"Eu estou perdendo esta batalha", desabafou o presidente regional tucano, que defende o apoio do partido à pré-candidatura do senador Osmar Dias (PDT). Mas com as dificuldades cada vez maiores para a sobrevivência desse projeto, entre elas o fato de a direção nacional do PDT ter decidido lançar Cristovam Buarque para a presidência da República, Rossoni reconhece que está ficando sem munição para defender a aliança com o PDT junto à direção nacional. "Eu tenho autonomia para fazer essa composição. Mas se eu não apresentar a alternativa, a minha tese perde. Eu perdi o sono a noite passada", confessou o dirigente tucano.
Por enquanto, o que ainda emperra o acordo entre PSDB e PMDB é que Requião não fechou ainda seu apoio ao pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin. Mas segundo fontes tucanas, seria apenas uma questão de tempo. "Quem está conversando com o PMDB tem que conversar sobre essa parte, é óbvio", disse Rossoni.
Ontem, o presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, disse que não é "impossível" o apoio de Requião a Alckmin. "É claro que cabe ao governador definir de que lado ele quer ficar. Se do Lula ou do PSDB. Mas eu torço para que ele fique com o PSDB. Afinal, o PSDB é o PMDB antigo", disse o dirigente peemedebista.
Na próxima terça feira, dia 23, Rossoni vai a Brasília conversar com o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati, sobre a eleição no Paraná. Se não garantir que o PSDB terá o palanque de Osmar Dias no Paraná para oferecer a Alckmin, poderá ser atropelado pela aproximação com o PMDB, que também está sendo articulada no plano nacional entre os dois partidos.
Para o presidente estadual do PSDB, se esse acordo for aprovado, terá que ser formal. "Acordo branco não tem não. Tem que subir no palanque. A posição do partido tem que ser pública. E eu vou fazer questão de informar sobre esse acordo, em todas as suas etapas. Comigo não tem truques", afirmou Rossoni.
Ele disse que se passar essa composição, caberá aos seus defensores explicar à população como o PSDB passou de principal partido de oposição à condição de aliado de Requião. "Eu tenho andado pelo estado e as pessoas querem uma alternativa. Eu quero ver como é que vão justificar isso à população, porque 30% dos eleitores, mostram as pesquisas, querem votar na oposição ao governo", questionou o deputado tucano.
O PFL também acompanha com apreensão o desenrolar das conversas tucanas. O vice-presidente estadual do PFL, deputado Durval Amaral, confessou ontem que o sentimento no partido é de "quem caiu do ninho e ainda não sabe andar sozinho". Mas o presidente estadual do PMDB afirmou que setores do PFL também conversam com o PMDB. Dobrandino sugeriu que um dos interlocutores pode ser o deputado Nelson Justus, que sempre votou com o governo do estado na maioria das matérias.
Fonte: Elizabete Castro – Paraná-Online