Ato lembra assassinato do cacique Xicão Xukuru

Segundo os índios Xukuru, seus guerreiros são “plantados” – e não enterrados -, pois de suas sementes nascerão outros guerreiros. Depois da cerimônia, os índios sairão em marcha do território indígena até a cidade de Pesqueira, onde Xicão foi assassinado. O ato, que acontece todos os anos desde a morte do cacique, tem como objetivo lembrar a sociedade das atrocidades sofridas até hoje por indígenas e protestar contra a impunidade dos crimes.

Francisco de Assis Araújo, o "Xicão", foi um dos principais responsáveis pela organização do povo Xukuru em torno da luta pela terra. Ele foi assassinado em 20 de maio de 1998, com seis tiros de pistola 360 mm, quando estacionava o veículo oficial da Funai (Fundação Nacional do Índio) em frente à residência de sua irmã, no bairro dos Xukurus, em Pesqueira. Três anos depois, em 2001, foi assassinato Chico Quelé, outra liderança Xukuru, dentro do território indígena, ainda invadido por latifundiários. Em 2003, o cacique Marcos Xukuru, filho de Xicão, sofreu um atentado. Dois índios que o acompanhavam foram mortos.

Assembléia Xukuru – A partir de hoje até sexta-feira (19/05), os índios Xukuru estarão reunidos, na Aldeia Pão de Açúcar, em Pesqueira (PE), para a realização de sua 6ª Assembléia, que tem como tema Terra – Pensando Nosso Desenvolvimento e Cultivando Nossa Cultura. Durante o encontro, serão realizadas análises de conjuntura e atos culturais. Os indígenas pretendem discutir os desafios a serem enfrentados pelo povo.