Festival de Cannes começa hoje
Evento tem poucos destaques brasileiros em exibição. Eduardo Valente, que já participou duas vezes de Cannes, é o diretor do único filme brasileiro em competição. A partir de setembro de 2006, o “queridinho d
Publicado 16/05/2006 22:08
Eduardo Valente, aliás, já está sendo chamado de “queridinho de Cannes”. Os três curtas que já fez participaram do festival e seu primeiro longa, em fase de pré-produção, teve o roteiro desenvolvido durante uma residência que o diretor fez em Paris como parte de um dos projetos da Cinéfondation, que é uma organização dentro do Festival de Cannes que existe para dar apoio a jovens cineastas.
Em 2002, ele ganhou o primeiro prêmio da Cinéfondation, com seu filme de estréia, “Um sol alaranjado”, um curta-metragem que mostra quatro dias na vida de um pai e uma filha que moram no mesmo apartamento, cujos personagens são mudos pela falta do que dizer. O pai sofre de uma doença e sua filha faz de tudo para ele, que é seu único contato com a realidade.
Seu segundo curta, que foi exibido na Quinzena dos Realizadores de Cannes, "Castanho" é “um musical sobre o amor e todas as loucuras que fazemos por ele”, segundo definição do próprio Eduardo Valente ele é um "quase musical". O filme, baseado em uma crônica de Mário Prata, conta a história da ligação de uma mulher com um gorila de pelúcia, não tem falas e a condução da narrativa é feita pela música da banda Los Hermanos.
Ele participa este ano da competição oficial de curtas, com “O monstro”, seu terceiro trabalho. No total, dez curtas foram admitidos, além do filme de Valente, apenas mais um latino-americano, "Primera nieve", do argentino Pablo Agero.
Impasse na segurança – O festival, que vai até o dia 28, começa sob ameaça de um protesto policial que reivindica mudança de condições de trabalho e a demissão do chefe de polícia local. O comando policial de Cannes destaca, anualmente, centenas de policiais para trabalhar nos dias do festival. A manifestação está programada para ocorrer em frente do Palais des Festivals no terceiro dia do evento, na sexta, 19 de maio.
São aguardadas também protestos de trabalhadores temporários, manifestações que caberá à esta mesma polícia conter. Isso, justamente neste ano em que os organizadores desdobram-se em cuidados com a segurança, pois, por ser o evento uma vitrine mundial, Cannes torna-se alvo potencial de ações terroristas. Até o credenciamento da imprensa neste ano foi mais rigoroso, exigindo carta de bons antecedentes para jornalistas estrangeiros, mesmo para os que já cobriram edições anteriores.