Policiais Federais vêem rebeliões como “uma guerrilha urbana”
Publicado 16/05/2006 14:43
"Isso é uma guerrilha urbana do crime organizado, que está querendo confrontar o Estado. Os governadores precisam acordar para esse risco, pois enquanto isso não for tratado dessa forma, nós vamos continuar perdendo a luta para os bandidos que, agora, caçam a polícia", desabafou Francisco Garisto, antes de deixar Fortaleza onde mora para, ainda hoje, na Câmara dos Deputados, participar de debate sobre a ação do crime organizado nas últimas horas no Brasil.
Segundo Francisco Garisto, o quadro é "grave" e exige que as autoridades recorram à ação de uma "força-tarefa de caráter nacional para enfrentar a bandidagem". Ele disse que nesse tipo de estratégia a Polícia Militar, a Polícia Civil, Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal precisam unir esforços. "Temos todos que deixar a vaidade de lado, deixar os partidos de lado e lutar contra um inimigo comum, que são os bandidos porque vivemos uma guerrilha urbana".
Francisco Garisto lamentou que o governo de São Paulo tenha feito resistências quanto à participação da Polícia Federal no enfrentamento da onda de rebeliões anotada naquele Estado, em vários presídios, e que resultou em mais de 70 mortos. "A Polícia Federal não é do PT e o governador de São Paulo diz que não queria ajuda e que está tudo sob controle. Os governadores de todo o Brasil precisam acordar e adotar medidas preventivas, porque essa onda, repito, vai se alastrar".
Indagado sobre o porquê de fazer esse tipo de previsão, o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais foi objetivo: "O que estamos vendo é guerrilha urbana. Não tem nada a ver com criminalidade. A criminalidade é assalto e outras coisas. O que vemos é guerrilha, confronto com o Estado. Enquanto não se avaliar dessa forma, vamos continuar perdendo", acentuou Garisto.