Planalto insiste na ajuda federal para crise de SP
Depois de passar a manhã reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, voltou a oferecer ajuda federal ao Estado de São Paulo no enfrentamento da onda de ataques à políci
Publicado 15/05/2006 14:59
Na conversa com Lembo, Lula voltou a fazer a oferta formal das forças federais. Thomaz Bastos também conversou, por duas vezes, com o governador paulista nesta segunda-feira. E decidiu viajar hoje mesmo a São Paulo, para novos contatos com as autoridades estaduais.
“Vou reiterar a nossa solidariedade e oferecer todas as forças federais para ajudar São Paulo a debelar essa crise, como a Força Nacional, a Polícia Federal e, no limite, as Forças Armadas", afirmou o ministro. Ajuda “até o limite”“Não se trata de intervenção. O que queremos deixar absolutamente claro é que o governo federal quer ajudar, vai ajudar e levará essa ajuda até o limite. Se as autoridades do Estado conseguirem resolver sozinhas, ótimo. Se pedirem a presença das forças federais, inclusive o Exército Nacional, sejam elas quais forem, isso estará à disposição”, frisou o ministro, que falou à imprensa em Brasília. Thomaz Bastos colocou à disposição os 4 mil homens que integram a Força Nacional de Segurança Pública, que já estão de prontidão. Criada em 2004, a Força integra tropas de elite da Polícia Militare e Corpo de Bombeiros de todos os Estados. “A solidariedade não é só teórica, é prática. Temos a disposição das forças federais para fazer o que for necessário para controlar a situação. Queremos deixar enfatizada que o governo quer ajudar e vai ajudar”, disse o ministro da Justiça em entrevista coletiva.
Escolas suspendem aulas
A onda de violência atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital) já dura três dias e tem como alvo bases da polícia, viaturas, ônibus públicos e agências bancárias. A reação afetou também 80 presídios, onde detentos se rebeleram durante o final de semana. Na capital do Esttado, escolas de primeiro e segundo grau não abriram as portas nesta segunda-feira por razões de segurança. Ônibus deixaram de circular, provocando superlotação no transporte urbano. O governo paulista tem recusado a oferta de intervenção das forças federais por recursar-se a aceitar que a situação está fora de controle. Até agora morreram 63 pessoas, entre policiais e civis; 13 das mortes ocorreram nas penitenciárias de São Paulo.
Virgílio “não entende” Lembo
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), declarou nesta segunda-feira não entender o fato de Lembo não ter aceito a ajuda da Força Nacional de Segurança Pública, oferecida pela ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Virgílio acautelou-se na crítica ao aliado, dizendo que não detém conhecimento vasto e suficiente para traçar a atual situação de São Paulo. Mas o líder tucano observou que a situação “é grave” e de nada adianta “jogo de culpa” entre autoridades das diversas esferas na tentativa de se desembaraçarem da responsabilidade. "Vai quebrar a cara quem enxergar nessa situação uma questão político-partidária", previu Arthur Virgílio. Com agências