Hamas rejeita acordo de presos palestinos
O deputado do Hamas no Conselho Legislativo Palestino (Parlamento) Mushir al-Masri afirmou hoje que seu movimento não apóia o acordo feito entre representantes das principais organizações palestinas dentro das prisões israelens
Publicado 11/05/2006 10:59
Segundo acertado no acordo, os palestinos aceitam a criação de um Estado palestino, dentro dos limites de fronteira estabelecidos em 1967, depois que os refugiados tiverem obtido o direito a retornar a seus lares e todos os prisioneiros palestinos forem libertados das prisões israelenses.
O documento foi assinado por cinco membros do Hamas presos, entre outros. Segundo a edição de hoje do jornal palestino Al Ayam, o texto foi promovido por Maruan Barghuthi, dirigente do Fatá e deputado palestino.
O diário acrescenta que o Hamas e a Jihad Islâmica se unirão à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), a qual reconhecerão como único órgão representante do povo palestino. Também se menciona que, antes de pôr o acordo em prática, o documento será submetido a uma consulta popular e deverá ser ratificado pela OLP. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, apoiou a iniciativa.
Hamas preparado
"Não vejo contradições entre as posições do Hamas, que representa uma maioria nas prisões israelenses e outras facções", assegurou al-Masri a meios de comunicação palestinos. No entanto, o porta-voz parlamentar do Hamas, Khaled Suleiman, afirmou em entrevista coletiva que seu movimento está preparado para reconhecer os acordos assinados entre palestinos e israelenses, e de fato reconhecer Israel, mas só com as fronteiras de 1967, quando se travou a Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou a Cisjordânia e Gaza.
Segundo Suleiman, o Hamas não vai interferir nas negociações diplomáticas promovidas por Abbas. "O Governo palestino não está autorizado, segundo a Constituição palestina, a negociar com Israel, mas (o Hamas) não se opõe à possibilidade de Abbas fazê-lo", disse Suleiman. "Tudo o que o Governo pode fazer é garantir a calma e o Hamas está comprometido com isso neste momento", acrescentou.
Contudo, Suleiman destacou que seu Governo não deterá nenhum miliciano palestino e acrescentou que seguirá com esta política enquanto Israel continuar com os assassinatos seletivos e detendo palestinos em cidades e aldeias.