China, Cuba e Brasil são eleitos para novo Conselho de Direitos Humanos da ONU

China, Brasil e Cuba estão entre 47 países eleitos, de uma lista de 64 candidatos, para o novo Conselho de Direitos Humanos, que substituirá a Comissão de Genebra.

O voto para eleger os países do Conselho dos Direitos Humanos foi dado pelos 191 membros da Assembleia-Geral da ONU e para serem eleitos os Estados precisaram de recolher pelo menos 96 votos. O Brasil, um dos dez latino-americanos eleitos para o novo Conselho, foi uma das nações mais votadas, obtendo 165 votos no total.

Os membros são eleitos para um mandato de três anos e não podem candidatar-se a um segundo mandato consecutivo. Além disso, podem ser suspensos se cometerem abusos sistemáticos dos direitos humanos.

Representantes

Em uma disputa apertada, Venezuela e Nicarágua foram os dois países latino-americanos que não alcançaram o número suficiente de votos para obterem um assento nesta nova entidade, criada para defender e garantir o respeito aos direitos humanos.

Dos dez países latino-americanos que disputavam uma cadeira no órgão, foram escolhidos Brasil (165 votos), Argentina (158), Cuba (135), Equador (128), Guatemala (142), México (154), Peru (145) e Uruguai (141). A Venezuela obteve 101 votos, mas ficou de fora do Conselho.

"A Venezuela superou amplamente o que e4stava estabelecido como requisito", disse hoje Francisco Arias Cárdenas à Agência Bolivariana de Notícias, comentando o resultado da votação na Assembléia Geral.

Cárdenas explicou que a margem mínima era de 96 votos, mas a votação por regiões determinou o resultado já que das oito vagas destinadas para a América Latina, Brasil e Argentina tiveram grandes votações. Cárdenas destacou também a eleição de Cuba, com 135 votos.

"Foi uma votação bem renhida, lutamos cabeça a cabeça. É uma experiência inesquecível a que tivemos em campanha e em conhecimento", disse o embaixador.

Cárdenas disse que continuará trabalhando nesse sentido e indicou que a meta, agora, é obter um posto para o país como membro rotativo do Conselho de Segurança, cuja nova composição será decidida em outubro próximo.

Resto do mundo

O Canadá, a Finlândia, França, a Alemanha, os Países Baixos, a Suíça e o Reino Unido foram designados para representar a Europa Ocidental e a União Européia enquanto a Ásia será representada pelo Japão, pela China, pela Índia, pelo Paquistão, pelas Filipinas, pela Malásia e pela Arábia Saudita..

A Rússia, a República Tcheca e a Polônia serão os únicos países da Europa Oriental a integrar o Conselho dos Direitos Humanos da ONU

Treze países africanos foram eleitos. Trata-se do Gana, da Nigéria, da Argélia, da África do Sul, da Zâmbia, dos Camarões, do Djibuti, do Gabão, do Mali, das ilhas Maurícias, de Marrocos, do Senegal e da Tunísia.

Eleição rápida

O presidente da Assembléia Geral, Jan Eliasson, qualificou as eleições de "históricas", após comentar que o processo de votação aconteceu de forma mais rápida que o esperado.

Ele também disse que os países escolhidos "terão um papel crucial" para decidir o funcionamento do Conselho, que substitui a Comissão de Direitos Humanos de Genebra, criada em 1946.

"É importante que tenhamos um bom início na estréia do Conselho de Direitos Humanos, no próximo 19 de junho", afirmou Eliasson.

O Conselho dos Direitos Humanos vai substituir a Comissão dos Direitos Humanos, sedeada em Genebra. A criação do novo órgão foi aprovada em setembro passado na Cúpula da ONU, no quadro da reforma da organização. Os EUA rejeitaram a proposta para o Conselho alegando que esta não "apresentava garantias".

O Conselho dos Direitos Humanos deverá reunir-se pela primeira vez a 19 de junho próximo, três dias depois da extinção formal da Comissão de Direitos Humanos.

Com agências internacionais