Apesar do ataque pesado e constante que a oposição e setores da mídia desenvolvem contra o governo, Lula não perdeu eleitorado. No cenário em que os principais concorrentes são Lula (PT), Alckmin (PSDB), Garotinho (PMDB), Heloisa Helena (PSOL) e Roberto Freire (PPS), o presidente Lula mantém a dianteira com 43,3% das intenções de voto. Alckmin vem em seguida com 30,8%. Em terceiro está Garotinho com 11,8%, seguido de Heloisa Helena (9,7%) e Roberto Freire (2,3%). Enéas Carneiro (Prona) aparece com 1,6% e Cristovam Buarque (PDT) é o lanterninha com 0,5%.
Os dados são da mais recente pesquisa encomendada pelo Jornal do Brasil ao Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS). Estranhamente, nem o próprio JB publicou os números, que até a hora da publicação desta matéria só tinham sido divulgados na página do próprio IBPS ( http://www.ibpsnet.com.br/ ).
Lula lidera em todos os cenários
Em relação à última pesquisa IBPS/JB, realizada no início de abril, a situação praticamente não se alterou e todas as oscilações ocorreram dentro da margem de erro. Em abril, Lula tinha 43,5%, Alckmin 30,6%, Garotinho 13,3% e Heloisa Helena 7,8%.
Num segundo cenário da pesquisa estimulada, o pré-candidato do PMDB, Anthony Garotinho, é substituído pelo ex-presidente Itamar Franco. Nesta situação, Lula tem 41% das intenções de voto, Geraldo Alckmin aparece com 28%, Heloisa Helena vem em seguida com 11%, Enéas Carneiro aparece com 10%, Roberto Freire 5% e Itamar Franco 4%. Mais uma vez o lanterninha é o ex-petista Cristovam Buarque com apenas 1%.
Num terceiro cenário, sem nenhum candidato do PMDB, Lula também lidera com 43% e Alckmin aparece com 31%.
Os dados acima consideram apenas os votos válidos e são da pesquisa estimulada –em que o pesquisador apresenta uma lista de nomes ao eleitor.
Lula cresce e Alckmin cai na espontânea
Na pesquisa espontânea, que os analistas consideram mais importante que a estimulada e na qual o eleitor diz em quem votaria se a eleição fosse hoje sem que o entrevistador cite qualquer nome, a dianteira de Lula sobre Alckmin é muito maior. Lula é citado por 29,4% dos entrevistados, percentual que representa mais que o dobro daqueles dispostos a votar em Alckmin, que foi lembrado por 13,1%. Nesta pesquisa espontânea, Garotinho ficou com 4% e Heloisa Helena com 2,6%. José Serra continua aparecendo nas pesquisas espontâneas, mas com pouca expressão. Somente 1,25% dos entrevistados disseram que votariam em Serra para presidente, o que revela que a maioria do eleitorado já assimilou que o candidato do PSDB é Geraldo Alckmin.
Em abril, Lula tinha, na pesquisa espontânea, 27,8% e Alckmin 15,7%. Ou seja, a diferença entre os dois aumentou 4 pontos percentuais em favor do presidente.
Segundo turno: Lula vence de todos
Num eventual segundo turno entre Lula e Alckmin, considerando apenas os votos válidos, o presidente venceria a disputa com pequena margem (51% para Lula e 49% para Alckmin).
Se a disputa no segundo turno fosse entre Lula e Garotinho, o presidente venceria com mais tranquilidade: 68% contra 32% do ex-governador do RJ.
Com Itamar Franco no segundo turno, mais uma vez Lula seria vencedor: teria 64% dos votos contra 36% de Itamar.
Situação regional
Regionalmente, Lula continua melhor situado no Nordeste, com 59% das intenções de voto (crescimento de 4 pontos em relação a pesquisa de abril) contra 17% de Alckmin, que tinha 18,6% na pesquisa anterior. O pior desempenho de Lula é no Centro-Oeste, onde o presidente aparece com 29,9% (tinha 34,5% em abril) e Alckmin cresceu de 31,9% para 36,5%¨nesta região. Em compensação perdeu eleitorado na sua própria região, a Sudeste, que concentra o maior número de eleitores do país.
Alckmin caiu de 38,2% para 35,7%. Já o presidente Lula teve um leva melhora, passou de 38,6% para 38,9%.
Alckmin continua a ser o candidato preferido dos ricos. Tem 48,4% dos votos entre os que ganham mais de 20 salários mínimos. Lula, inversamente, aparece com 41,8% dos votos entre os que têm uma renda inferior a 1 salário mínimo.
Avaliação do governo melhora
Nesta terceira rodada da pesquisa IBPS/JB, a avaliação do governo melhorou. Em abril, o governo Lula era avaliado positivamente por 29% dos eleitores. Agora em maio, o governo Lula é aprovado por 34% dos brasileiros que o consideram "muito bom" ou "bom". 25% consideram "ruim" ou "muito ruim" (eram 30% em abril). Para 40% (mesmo percentual da pesquisa anterior), o governo Lula é "regular" e 1% não sabem ou não responderam.
Fernando Henrique foi pior
Lula ainda leva uma boa vantagem na comparação do seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso: 47% consideram o governo Lula ''melhor'' ou ''muito melhor'' que o de seu antecessor tucano. FHC só leva vantagem para 21% dos entrevistados. Outros 31% consideram os dois governo iguais e 1% não sabem ou não responderam.
A pesquisa mostra ainda que a maioria absoluta (80%) da população não tem simpatia por nenhum partido. Entre os eleitores que têm alguma simpatia partidária, 9,9% preferem o PT, 3,3% citaram o PSDB como partido de preferência. O PMDB foi citado por 2,7%, o PFL por 1,3% e outros partidos totalizaram 1,9% das citações.
Outros assuntos
O IBPS quis saber também se os entrevistados levam em conta as pesquisas eleitorais na hora de decidir o voto: 66% disseram que não e 32% responderam que levam em consideração as pesquisas na hora de votar.
O instituto também questionou os eleitores sobre dois itens da proposta de mudança na legislação eleitoral que tramita no Congresso. Sobre a proibição de divulgar pesquisas eleitorais a menos de 15 dias da votação, 44% disseram ser contrários a esta medida e 38% mostraram-se favoráveis à proibição. Para outros 16% tanto faz e 2% não sabem ou não responderam.
Já sobre a proibição de showmícios, 49% condenaram a proibição e e 40% são favoráveis.
A pesquisa, encomendada pelo Jornal do Brasil foi realizada entre os dias 27 de abril e 3 de maio. Foram consultadas 2 mil pessoas em todo o território nacional. A margem de erro é de 2,2% para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 5392/2006.
Da redação,
Cláudio Gonzalez