Credores aprovam divisão da Varig e leilão daqui a 60 dias
Os credores da Varig aprovaram, em assembléia, a proposta negociada entre a consultoria Alvarez & Marsal e o TGV (grupo de trabalhadores da Varig) que prevê dois modelos para o leilão de venda da companhia. Ambas as propostas prevêem a divisão da companhi
Publicado 09/05/2006 18:03
Os investidores, porém, decidirão qual parte preferem comprar da empresa. Pelo plano da Alvarez & Marsal e do TGV, a Varig poderá ter toda a sua parte operacional vendida – mas sem as dívidas, que ficarão com a atual empresa – ou somente uma empresa com as rotas domésticas – nesse caso, os débitos ficarão com a parte internacional. No leilão, que deverá acontecer em 60 dias, os interessados poderão apresentar uma proposta de compra para a Varig Operações (com linhas nacionais e internacionais, mas excluídas dívidas estimadas em R 7 bilhões) por um preço mínimo de US$ 860 milhões.
Caso esse valor não seja alcançado, os interessados poderão no mesmo dia apresentar propostas de compra da Varig Regional, que engloba somente as rotas domésticas da companhia aérea. As dívidas da empresa permaneceriam com a Varig Internacional e o dinheiro arrecadado com o leilão poderá ser utilizado para pagar parte desses débitos. Outra proposta apreciada pelos credores foi apresentada pelo consultor Jayme Toscano, que diz ser representante de investidores europeus e ofereceu cerca de US$ 1,9 bilhão pela companhia. Essa proposta foi rejeitada.
De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pelo menos 27 empresas estão habilitadas para participar do leilão da Varig. Companhias estrangeiras também poderão participar de consórcios que disputarão a Varig desde que atendam o limite estabelecido por lei, de 20% de participação. A VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, chegou a oferecer US$ 400 milhões para ficar com a parte boa da Varig, que exclui dívidas estimadas em R 7 bilhões. Entretanto, na última sexta-feira, informou que desistiu de participar do processo.
BNDES
Das propostas colocadas em votação em assembléia, nenhuma esclarece ainda como ficará a questão do Smiles, programa de fidelização de clientes da Varig. Lançado há dez anos, o programa tem uma carteira de cerca de 6 milhões de participantes. "Fomos capazes de conciliar interesses e demos um grande passo para a solução da Varig", disse o presidente da Varig, Marcelo Bottini. A primeira tentativa será a venda integral da companhia e, se o preço mínimo não for atingido, serão vendidas apenas as operações domésticas no mesmo dia por um preço mínimo de US$ 700 milhões e que englobará 30 aeronaves.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá fazer um empréstimo de US$ 100 milhões para manter as operações da companhia até o leilão e também poderá financiar o futuro comprador da empresa. Segundo a assessoria do BNDES, valores e percentuais deverão ser fechados em uma reunião marcada para quarta-feira com a consultoria Alvarez & Marsal. A Varig tem dívida de mais de R$ 7 bilhões. Parcela desse montante ficará com a unidade comercial da empresa que será uma prestadora de serviços aeroportuários para a parte operacional da Varig. Essa parte comercial, que será vendida mais para frente, será responsável pelo programa de milhagem Smiles, vendas de passagens e marketing da companhia aérea.
Com agências