Fontes de gás do Rio podem substituir parte do gás boliviano, diz governo do Rio

A produção de gás natural do estado do Rio de Janeiro poderá ser utilizada para suprir o abastecimento do combustível em estados brasileiros mais dependentes do gás boliviano. Para Wagner Victer, secretário de Energia, Indústria N

Ele afirmou que "se houver a necessidade nós teremos o espírito de solidariedade federativa com outros estados, logicamente preservando primeiramente o interesse do Rio de Janeiro".

Segundo o secretário, já foi definido, junto com a Companhia Estadual de Gás (CEG), que, se houver necessidade desse apoio, alguns mercados como o Gás Natural Veicular (GNV) e o gás natural residencial serão considerados intocáveis. Ele garantiu que estas "são áreas prioritárias, onde hipótese alguma haverá corte". Conforme Victer, se houver algum tipo de restrição para apoiar outros estados, será no setor industrial. "A secretaria orientou a concessionária (CEG) a negociar com indústrias que possam migrar para algum outro combustível como o óleo diesel ou o GLP [Gás Liqüefeito de Petróleo]", afirmou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Energia, Indústria Naval e Petróleo, o Rio de Janeiro é o estado brasileiro que tem maior participação do Gás Natural em sua matriz energética, chegando a 22% – média bem superior aos 7% registrados no país. Enquanto em São Paulo o gás natural tem grande aplicação industrial, no estado do Rio o produto é utilizado principalmente em veículos e residências. O combustível abastece mais de 400 mil veículos e cerca de 600 mil consumidores residenciais no estado.
 
Aumento em postos seria ''picaretagem''
 
O secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio, Wagner Victer, descarta a possibilidade de aumentos nos postos de combustíveis que comercializam o GNV no Rio. "Quem aumentar preços neste momento nós mandaremos a Secretaria de Direito Econômico e de Justiça para verificar porque seria picaretagem. Não há razão nesse momento para qualquer aumento de gás em postos", afirma o secretário.

Segundo ele, um reajuste de preços pode atingir, no futuro, estados que majoritariamente importam gás da Bolívia, como São Paulo e estados do Sul do Brasil. No entanto, agora não haveria motivos para alta de preços, nem mesmo por especulação, uma vez que o Brasil tem contratos de longo prazo celebrados com a Bolívia.