Trabalhadores da Volks reagem a demissões

Em assembléia realizada na quarta-feira (3|), os trabalhadores da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, determinaram zerar as horas extras como primeira medida de reação ao anúncio, feito pela direção da fábrica, de demitir 6 mil funcionários d

As demissões fazem parte do processo de reestruturação da Volkswagen. As plantas atingidas são a de São José dos Pinhais (PA), que perderá 1.420 trabalhadores, sendo que 946 neste ano; Taubaté (SP) que terá 681 trabalhadores a menos até 2008, sendo que 287 devem ser demitidos até o final do ano. Em São Bernardo do Campo, devido ao acordo de estabilidade fechado em 2001 pelo então presidente do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC e atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, as demissões devem começar a partir de 20 de novembro, quando expira o acordo. Nesta unidade estão previstas 3.672 demissões, sendo que 1.793 para este ano.
A decisão de zerar as horas extras faz parte da estratégia dos trabalhadores de impedir que a Volks forme estoques para enfrentar a greve dos trabalhadores, o que será "inevitável", segundo o presidente do sindicado dos metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. Só no ano passado, os trabalhadores da unidade da Anchieta realizaram 700 mil horas extras. Feijóo disse que irá travar uma luta longa com a direção da Volkswagen. "Esse não é um ataque isolado, está acontecendo em vários países e em várias fábricas. Querem a terceirização e a redução dos direitos. Nos não podemos aceitar ataques desse tipo", disse ele.
Os dirigentes sindicais pretendem reunir o Comitê Nacional de Trabalhadores da Volkswagen para discutir ações conjuntas. Na semana que vem os trabalhadores farão uma reunião no Comitê Mundial para discutir as possibilidades de enfrentamento. O sindicalista disse ainda que pretende envolver o governo nas discussões. Ele disse que conversaria com o ministro do Trabalho ainda na quarta-feira.