Oposição critica projeto de imigração do governo francês
O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, apresentou o conteúdo da lei em um ato que o coloca novamente no primeiro plano da política francesa. O projeto é criticado pelos sindicatos, organizações humanitárias, grupos religiosos e na ú
Publicado 03/05/2006 15:30
Sarkozy tentou se defender dizendo que a "França tem o direito de decidir quem pode entrar em seu território". O governo francês quer passar a idéia de que a imigração deve ser "escolhida", e não "sofrida", como Sarkozy resumiu o projeto diante de discussões no parlamento.
A grande mídia francesa tem apresentado o projeto como uma concessão às ideias defendidas pelo líder da Frente Nacional (de extrema-direita), Jean-Marie Le Pen, um dos candidatos com quem Sarkozy vai disputar as presidenciais do próximo ano. A oposição acusa-o de se servir do tema da imigração para lançar já a campanha e a Igreja alerta o governo para os perigos da lei.
O projeto caso seja aprovado cancelará a concessão automaticamente de permissão de residência ao imigrante casado com um cidadão francês. Para receber a nacionalidade, o estrangeiro terá que provar uma convivência de quatro anos em comum com seu parceiro.
A lei também anula a regularização automática dos estrangeiros que vivem há mais de dez anos como imigrante ilegal no país, o que para o ministro é um "prêmio para a clandestinidade", e enfatiza o uso do visto de longa duração, que os consulados concedem restritivamente.
Villepin se recusa a sair
O escândalo de espionagem política, conhecido por ‘Clearstream’, que espoucou ontem no Parlamento francês, fez com que o primeiro-ministro francês fosse à mídia alegando que é vítima de “uma campanha de calúnias e de mentiras” e a assegurando que não vai renunciar, colocando-se à disposição da Justiça. O caso Clearstream explodiu em 2004, quando vieram à luz acusações anônimas de que Sarkozy e outros políticos teriam contas numa instituição financeira chamada Clearstream com sede em Luxemburgo.
Estas contas estariam relacionadas com a venda de fragatas francesas a Taiwan, em 1991, na qual teriam sido pagos subornos. As acusações revelaram-se falsas e foi aberta uma investigação para apurar quem estava por detrás da trama. Segundo o jornal Le Monde, Phillipe Rondot, ex-coordenador dos Serviços de Informação, teria dito aos juízes que Villepin lhe ordenara, a pedido do presidente Jacques Chirac, que investigasse vários políticos, entre os quais Sarkozy.
Ontem, Rondot negou ao Le Fígaro que tivesse feito tais declarações. Falando perante o Parlamento, Villepin mostrou-se indignado e destacou que esta “campanha de difamação” aparece a um ano das eleições presidenciais. “A única resposta é a verdade e a transparência”, filosofou. Sarkozy, por sua vez, mostrou-se determinado a "ir até ao fim" para saber a verdade”.
Com agências internacionais