Irã denuncia a política de coerção dos Estados Unidos
O Irã denunciou nesta quarta-feira a política de intimidação do regime dos Estados Unidos para obter uma resolução coercitiva do Conselho de Segurança da ONU exigindo a suspensão do programa de energia nucl
Publicado 03/05/2006 11:20
"Não desistiremos de nossos direitos inalienáveis no domínio da tecnologia nuclear civil e as ameaças vazias dos Estados Unidos não terão qualquer efeito sobre nossa determinação", declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Hamid Reza Assefi, segundo a agência de notícias Irna.
"A política externa dos Estados Unidos não tem qualquer lógica e os americanos tentam chegar a seus objetivos utilizando a linguagem da ameaça e da intimidação, inclusive com seus próprios aliados", acrescentou.
Agressão a Irã é de alto risco
"Qualquer ação militar é muito complicada", disse o diretor de planejamento do Estado Maior das forças armadas americanas ao jornal britânico The Daily Telegraph, general Victor Renuart.
A entrevista foi publicada ontem nos Estados Unidos. A declaração é uma rara manifestação de um alto oficial militar pertencente ao governo americano contra o uso de força para impedir o Irã de dar continuidade a seu projeto de fabricação de combustível para usinas atômicas de energia.
Para ele, o caminho é a diplomacia. "Qualquer ação de qualquer país vai ter efeitos colaterais, e isso é um forte caso para que se continue o processo diplomático", comentou.
Novas jazidas de urânio
Novas jazidas de urânio foram descoberas no sul do Irã, revelou hoje a imprensa do país. O vice-presidente e chefe da Agência de Energia Atômica iraniana, Gholam Reza Aghazadeh, anunciou a descoberta de uma importante jazida de urânio a céu aberto no sul do Irã, próxima da cidade de Bandar Abbas, onde a exploração é mais barata que na mina de Sagand, situada na província de Yazd, no sul.
"Segundo as nossas estimativas preliminares, trata-se de uma importante jazida que permitirá produzir 30 toneladas de concentrado de urânio por ano", declarou Aghazadeh. O concentrado de urânio, também conhecido por yellow cake é transformado em mineral de urânio e sua finalidade é produzir gás UF6, que é utilizado depois nas centrifugadoras para enriquecer urânio.
"Os nossos peritos estão explorarando o território para encontrar outras jazidas", revelou Aghazadeh, adiantando que provavelmente existam outras jazidas em partes do norte do Irã.
Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se hoje à tarde para estudar a questão do programa nuclear iraniano, começando por analisar o relatório solicitado em 29 de março à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
A reunião de representantes dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha, terça-feira em Paris, terminou sem um acordo quanto a uma resolução.
Com agências internacionais