Sonia Guajajara recebe prêmio da ONU pela luta em defesa da Terra
Ministra dos Povos Indígenas recebe Prêmio Campeões da Terra, maior honraria ambiental do Pnuma, por sua luta pela biodiversidade e valorização do conhecimento ancestral indígena
Publicado 10/12/2024 14:56

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, está entre os seis obstinados líderes ambientais agraciados nesta terça-feira (10) com o Prêmio Campeões da Terra 2024, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A premiação é o mais alto reconhecimento ambiental da ONU e celebra pessoas e organizações que promovem ações transformadoras em prol do meio ambiente.
“Estou muito feliz e honrada por receber o Prêmio Campeões da Terra, a maior honraria ambiental da ONU, neste Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esse reconhecimento reforça ainda mais a responsabilidade e o compromisso de seguir defendendo e conscientizando as pessoas sobre a urgência de protegermos a biodiversidade do nosso planeta”, disse a ministra em discurso de agradecimento.
Desde 2005, o PNUMA homenageia iniciativas inovadoras focadas em soluções sustentáveis, combate à desertificação e aumento da resiliência à seca. Nesta edição de 2024, Sonia Guajajara foi escolhida por seu papel fundamental na defesa dos direitos indígenas e na conservação ambiental, especialmente em meio aos desafios sociais, políticos e climáticos.
Em seu discurso, a ministra enfatizou a ligação entre a crise ambiental e os problemas sociais, como a desigualdade de acesso a direitos e a exploração predatória de recursos naturais. “Os riscos e prejuízos dessas crises serão sentidos por todos nós, embora recaiam de forma desigual em algumas camadas sociais”, disse.
Sonia também ressaltou o papel crucial do conhecimento indígena na preservação da natureza. “A sociedade pode aprender muito com o bem viver indígena. Nossos modos de vida são baseados no respeito à Mãe Terra e a todos os seres que partilham esse tempo e espaço conosco, na prevalência dos interesses coletivos em relação aos interesses individuais, no cuidado e na vivência em comunidade”, enfatizou Guajajara.
Natural do Maranhão, do povo Guajajara-Tentehar, Sonia tem uma longa trajetória na luta pelos direitos dos povos originários. Antes de ser a primeira ministra dos Povos Indígenas do Brasil, ela liderou organizações como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Seu ativismo levou a denunciar, em nível nacional e internacional, os ataques aos direitos indígenas, especialmente durante a campanha “Sangue Indígena Nenhuma Gota a Menos”.
Por suas contribuições, Sonia Guajajara foi reconhecida como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela TIME em 2022 e, em 2023, uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes pela BBC.
A entrega do Prêmio Campeões da Terra à ministra reforça a importância de valorizar o conhecimento ancestral e as práticas sustentáveis dos povos indígenas na luta pela preservação ambiental global.
Veja os demais homenageados aqui.
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com agências