Israel aprova cessar-fogo de dois meses com o Hezbollah
Proposta seria baseado em projeto dos EUA que prevê uma trégua de 60 dias, período em que o grupo xiita e o Exército israelense devem se retirar da região
Publicado 26/11/2024 16:26 | Editado 27/11/2024 12:52
O governo de Israel aprovou nesta terça (26) um cessar-fogo estimado em pelo menos dois meses com o grupo libanês Hezbollah. O acordo, mediado pelos Estados Unidos e pela França, já havia sido aprovado na última segunda (18) pelo grupo islâmico e pelo governo libanês.
“Estamos prontos para devolver nossos cidadãos [deslocados pela guerra] para o norte”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em pronunciamento na TV. Ele prometeu voltar ao ataque se o Hezbollah o violar. “Nós vamos reagir.”
O anúncio foi feito horas após as forças do Estado judaico realizarem ataques em larga escala contra alvos da organização libanesa em Beirute. Em Beirute, o exército israelense determinou a evacuação civil de 20 regiões. É a maior evacuação no conflito até agora.
“O Hezbollah não é mais o mesmo, Israel o empurrou décadas para trás. Destruímos a maior parte dos foguetes e mísseis. Matamos milhares de terroristas e destruímos a infraestrutura subterrânea e terrorista perto de nossas fronteiras. Tudo isso parecia ficção científica meses atrás, mas nós conseguimos”, disse o premier, acrescentando que está “determinado” a manter os soldados israelenses vivos.
“Por isso, esta noite, apresentarei ao gabinete um plano para um cessar-fogo no Líbano”, disse.
Ao apresentar suas três razões para considerar que este é o momento certo para o acordo, Netanyahu concluiu que ao desvincular as frentes norte e sul do conflito e isolar o grupo terrorista Hamas, em Gaza, as forças israelenses podem pressionar militarmente o Hamas nos próximos meses.
“Com o Hezbollah fora do quadro, o Hamas fica sozinho na campanha. Nossa pressão aumentará”, ameaçou.
A proposta deve determinar, segundo publicado anteriormente pelo New York Times, que as forças israelenses deverão voltar para o sul da fronteira entre Israel e Líbano, enquanto o Hezbollah recuaria ao norte do rio Litani, permitindo que o Exército Libanês — que não é parte no conflito entre Israel e Hezbollah — preenchesse o vazio.
Segundo o site Axios, o governo norte-americano também deve oferecer apoio às ações militares de Israel na região em caso de violação do acordo, além de apoiar iniciativas contra o contrabando de armas.