Biden autoriza Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra Rússia

Autorização de Washington confirma o papel dos EUA como principal artífice na guerra de procuração entre os dois países. Moscou fala em “nova rodada de tensão”

Zelensky atende interesses dos Estados Unidos e da Otan l Foto: Casa Branca

No apagar das luzes do seu mandato, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis norte-americanos de longo alcance contra a Rússia. Moscou reagiu aos relatos sobre a decisão de Biden reiterando que a autorização por parte dos EUA irá gerar uma “nova rodada de tensão”. 

A informação sobre a autorização americana a Kiev foi veiculada pelo jornal New York Times. Segundo o NYT, a decisão “representa uma grande mudança na política norte-americana”.

A mudança de postura da Casa Branca ocorre devido ao suposto envio de militares da Coreia do Norte para lutarem ao lado dos russos. A decisão, no entanto, reforça o papel dos EUA em uma guerra por procuração contra Moscou, utilizando a Ucrânia como peça central do conflito. 

O diário afirmou que os Estados Unidos pretendem “enviar uma mensagem aos norte-coreanos de que suas forças são vulneráveis e que não devem enviar mais”.

“Se tal decisão foi realmente formulada e levada ao conhecimento do regime de Kiev, então, é claro, esta é uma rodada de tensão e uma situação qualitativamente novas do ponto de vista do envolvimento dos EUA neste conflito”, disse Dmitry Peskov, porta-voz russo..

A administração cessante dos EUA de Joe Biden continua a “colocar lenha na fogueira e provocar uma maior escalada do conflito” na Ucrânia, acrescentou o russo. O representante de Moscou ressaltou que essa posição “deve ser absolutamente clara para todos”.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reagiu à notícia neste domingo (17), via aplicativo Telegram. “Ataques não são feitos com palavras. Essas coisas não se anunciam. Os mísseis falarão por si mesmos”, afirmou, em vídeo.

Estimativas conservadoras afirmam que os mísseis podem atingir uma distância de 320 km, raio suficiente para alcançar partes do sul do território russo, na fronteira com a Ucrânia.

O presidente russo Vladimir Putin destacou, em setembro passado, que uma decisão potencial de usar armas ocidentais de longo alcance contra a Rússia significaria nada menos que o envolvimento direto dos Estados Unidos e outros países da OTAN na guerra na Ucrânia.

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