Xi Jinping diz que G20 terá marca brasileira e reforça luta contra a fome

Em artigo na Folha, o presidente chinês afirma que Brasil e China navegarão “juntos sob velas cheias” e fala do estreitamento cada vez maior do relacionamento entre os dois países

Foto: Xinhua

O presidente da China, Xi Jinping, afirma que está convicto de que a reunião da Cúpula do G20, que reúne os chefes de estados das maiores economias do mundo, alcançará resultados “frutíferos e deixará distintas marcas brasileiras na história do bloco”.

Ele participa nesta segunda-feira (18) e terça-feira (20), no Rio de Janeiro, da reunião da Cúpula do G20 e, na quarta-feira (20), em Brasília, fará uma visita de estado ao presidente Lula.

“O presidente Lula adotou combate à fome e à pobreza como um tema principal da cúpula e propôs o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, à qual a China expressa grande apreço e apoio”, escreve o líder chinês em artigo publicado no sábado (16) na Folha de S.Paulo.

O presidente chinês diz que Brasil e China caminharão juntos: “Com futuro compartilhado e amizade que supera distâncias é hora de navegarmos juntos sob velas cheias”.

Para ele, as relações diplomáticas entre Brasil e China, estabelecidas em 15 de agosto de 1974, “têm resistido às mudanças e turbulências na situação internacional nesses 50 anos e são cada vez mais maduras e dinâmicas”.

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Xi Jinping destaca a iniciativa do seu país do Cinturão e da nova Rota da Seda como forma de melhorar ainda mais a cooperação entre os países.

“Vamos promover continuamente o reforço das sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil, fortalecer constantemente a natureza estratégica, global e criativa da cooperação mutuamente benéfica China-Brasil, criar mais projetos exemplares que atendam a demandas futuras e trazem benefícios duradouros aos povos, e impulsionar o desenvolvimento comum dos nossos países e das nossas regiões”, diz.

O líder também afirma que os países levarão adiante “a boa tradição de abertura e inclusão, aprofundar intercâmbios e cooperação em cultura e educação, ciência e tecnologia, saúde, esporte, turismo e entre entes subnacionais”.

Desenvolvimento sustentável

Xi Jinping ainda ressalta as posições convergentes do Brasil e da China que serão tratadas na reunião no Rio de Janeiro.

“É necessário colocar o desenvolvimento no centro da cooperação do G20, priorizar a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, formar parceria global para o desenvolvimento sustentável, promover um desenvolvimento global mais inclusivo, benéfico para todos e mais resiliente. É preciso promover proativamente a reforma do Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio e aumentar a representação e a voz do Sul Global. Devemos reforçar a coordenação das políticas macroeconômicas, promover a liberalização e a facilitação do comércio e investimento e criar um ambiente aberto, inclusivo e não discriminatório para a cooperação econômica internacional”, diz.

O presidente chinês disse que para construir um planeta sustentável, é preciso o G20 preconizar produção e vida sustentáveis e convivência harmoniosa entre o homem e a natureza.

“É necessário impulsionar a cooperação internacional aprofundada em áreas como desenvolvimento verde e de baixo carbono, proteção ambiental, transição energética e enfrentamento das mudanças climáticas, persistir no princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, e fornecer mais apoios aos países do Sul Global em termos de financiamento, tecnologia e construção da capacidade”, escreve.

Avalia que uma das agendas importantes dos líderes do G20 no Rio será a discussão sobre o desenvolvimento verde e de baixo carbono no planeta. “Espero que a cúpula possa injetar maior vigor e confiança ao desenvolvimento sustentável global”.

“Trinta e dois anos atrás, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ocasião na qual foram alcançados resultados essenciais como a Agenda 21”, considera.

De acordo com ele, o Brasil definiu como lema da sua presidência “Construir um mundo justo e um planeta sustentável” e promoveu proativamente a cooperação do G20 em todas as áreas. Por isso, estabeleceu “uma boa base para a realização bem-sucedida da Cúpula no Rio”.

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