IBGE revela que mais de 8% da população vive em favelas
Dados do Censo 2022 mostram que existem no Brasil 12.348 favelas e comunidades urbanas onde moram mais de 16 milhões de pessoas
Publicado 09/11/2024 15:00 | Editado 11/11/2024 17:40
Na última sexta-feira (8) foram divulgados novos dados do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre favelas e comunidades urbanas. Como resultado a pesquisa identificou que há 12.348 favelas no país que concentram de 16.390.815 pessoas. Este número equivale a 8,1% da população brasileira.
Em comparação com dados de 2010 é possível ver que neste período de 12 anos o número de favelas dobrou (eram 6.329) e de seus moradores cresceu mais de 40% (eram 11.425.644 pessoas).
Entre as favelas e comunidades urbanas mais populosas constam:
- Rocinha, Rio de Janeiro (RJ), com 72.021 habitantes;
- Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908;
- Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58.527;
- Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus (AM), com 55.821.
A Rocinha também fica em primeiro no número de domicílios particulares permanentes ocupados, com 30.371 unidades.
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O IBGE aponta que entre as vinte localidades com maior população oito estão no Norte do país, sendo seis em Manaus. Outras sete estão no Sudeste, quatro no Nordeste e uma no Centro-Oeste.
Em proporção por estado de população residindo em favelas o Amazonas (34,7%) tem o maior contingente seguido do Amapá (24,4%) e Pará (18,8%).
População
O Censo mostra que a população que reside em favelas e comunidades urbanas é em sua maioria parda, 56,8%, e preta, 16,1%. No computo geral da população estes números são 45,3% e 10,2%, respectivamente.
No sentido inverso a população branca é menor proporcionalmente nas favelas, 26,6%, do que na população total, 43,5%.
Letícia Giannella, pesquisadora do IBGE, diz que, “entre os Censos de 2010 e 2022, seja na população total ou na população das Favelas e Comunidades Urbanas, diminuiu a proporção de pessoas que se declararam de cor ou raça branca e cresceu a proporção de pessoas que se declararam pretas ou pardas”.
Outra característica da população nas favelas é que ela está mais jovem, 30 anos, enquanto a idade média no país é 35 anos.
Quanto ao sexo, a distribuição acompanha a da totalidade do país 48,3% para homens e 51,7% para mulheres nas favelas e comunidades urbanas e 48,5% para homens e 51,5% para mulheres em todo o Brasil.
Estabelecimentos
Segundo os dados apresentados, entre os 958.251 estabelecimentos em favelas e comunidades urbanas, constam:
- 7.896 estabelecimentos de ensino;
- 2.792 de saúde;
- e 50.934 religiosos.
Dessa maneira, é possível dizer que “havia 18,2 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de saúde e 6,5 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de ensino”, como aponta o IBGE.
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Os demais “64,3% eram estabelecimentos de outras finalidades (oficinas mecânicas, bancos, farmácias, escritórios, lojas e comércio em geral etc.) e 29,1% de edificações em construção ou em reforma.”
Ao considerar os dados destes estabelecimentos no total do país, “as favelas e comunidades concentram 8,8% dos estabelecimentos religiosos, 3% dos estabelecimentos de ensino e 1,1% dos estabelecimentos de saúde”.
Água e esgoto
Outros dados relevantes indicam que 86,4% dos domicílios particulares permanentes ocupados nas favelas e comunidades urbanas possuíam ligação à rede geral de água e 74,6% de esgoto (rede geral, rede pluvial, fossa séptica ou filtro). Para efeito comparativo, nos domicílios ocupados de todo o país os números são 83,9% e 77,4%, respectivamente água e esgoto.
Para mais informações sobre estes dados consulte: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/
*Informações IBGE