IBGE revela que mais de 8% da população vive em favelas

Dados do Censo 2022 mostram que existem no Brasil 12.348 favelas e comunidades urbanas onde moram mais de 16 milhões de pessoas

Rocinha, no Rio de Janeiro. Foto: Acervo IBGE

Na última sexta-feira (8) foram divulgados novos dados do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre favelas e comunidades urbanas. Como resultado a pesquisa identificou que há 12.348 favelas no país que concentram de 16.390.815 pessoas. Este número equivale a 8,1% da população brasileira.

Em comparação com dados de 2010 é possível ver que neste período de 12 anos o número de favelas dobrou (eram 6.329) e de seus moradores cresceu mais de 40% (eram 11.425.644 pessoas).

Entre as favelas e comunidades urbanas mais populosas constam:

  • Rocinha, Rio de Janeiro (RJ), com 72.021 habitantes;
  • Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908;
  • Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58.527;
  • Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus (AM), com 55.821.

A Rocinha também fica em primeiro no número de domicílios particulares permanentes ocupados, com 30.371 unidades.

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O IBGE aponta que entre as vinte localidades com maior população oito estão no Norte do país, sendo seis em Manaus. Outras sete estão no Sudeste, quatro no Nordeste e uma no Centro-Oeste.

Em proporção por estado de população residindo em favelas o Amazonas (34,7%) tem o maior contingente seguido do Amapá (24,4%) e Pará (18,8%).

População

O Censo mostra que a população que reside em favelas e comunidades urbanas é em sua maioria parda, 56,8%, e preta, 16,1%. No computo geral da população estes números são 45,3% e 10,2%, respectivamente.

No sentido inverso a população branca é menor proporcionalmente nas favelas, 26,6%, do que na população total, 43,5%.

Letícia Giannella, pesquisadora do IBGE, diz que, “entre os Censos de 2010 e 2022, seja na população total ou na população das Favelas e Comunidades Urbanas, diminuiu a proporção de pessoas que se declararam de cor ou raça branca e cresceu a proporção de pessoas que se declararam pretas ou pardas”.

Outra característica da população nas favelas é que ela está mais jovem, 30 anos, enquanto a idade média no país é 35 anos.

Quanto ao sexo, a distribuição acompanha a da totalidade do país 48,3% para homens e 51,7% para mulheres nas favelas e comunidades urbanas e 48,5% para homens e 51,5% para mulheres em todo o Brasil.

Estabelecimentos

Segundo os dados apresentados, entre os 958.251 estabelecimentos em favelas e comunidades urbanas, constam:

  • 7.896 estabelecimentos de ensino;
  • 2.792 de saúde;
  • e 50.934 religiosos.

Dessa maneira, é possível dizer que “havia 18,2 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de saúde e 6,5 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de ensino”, como aponta o IBGE.

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Os demais “64,3% eram estabelecimentos de outras finalidades (oficinas mecânicas, bancos, farmácias, escritórios, lojas e comércio em geral etc.) e 29,1% de edificações em construção ou em reforma.”

Ao considerar os dados destes estabelecimentos no total do país, “as favelas e comunidades concentram 8,8% dos estabelecimentos religiosos, 3% dos estabelecimentos de ensino e 1,1% dos estabelecimentos de saúde”.

Água e esgoto

Outros dados relevantes indicam que 86,4% dos domicílios particulares permanentes ocupados nas favelas e comunidades urbanas possuíam ligação à rede geral de água e 74,6% de esgoto (rede geral, rede pluvial, fossa séptica ou filtro). Para efeito comparativo, nos domicílios ocupados de todo o país os números são 83,9% e 77,4%, respectivamente água e esgoto.

Para mais informações sobre estes dados consulte: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/

*Informações IBGE