Kamala e Trump estão empatados à véspera da eleição nos EUA
Harris tem ligeira vantagem nas pesquisas nacionais, mas empata tecnicamente nas pesquisas nos Estados-pêndulo. Mais de 72 milhões de pessoas já votaram de forma antecipada
Publicado 04/11/2024 11:06 | Editado 05/11/2024 12:07
A um dia das eleições nos Estados Unidos, as pesquisas de intenção de voto indicam que a contagem do sufrágio será apertada. Os americanos vão às urnas nesta terça (5) para eleger quem comandará a Casa Branca, além de deputados, senadores e alguns governadores.
As pesquisas de intenção de voto para a Presidência dos EUA indicam uma eleição polarizada, com os dois candidatos empatados dentro da margem de erro no voto popular e nos estados-chave. Isso significa que a eleição deve ser decidida voto a voto e, atualmente, aponta para um cenário indefinido.
De um lado, a atual vice-presidente do país, Kamala Harris, lidera o partido democrata nas eleições deste ano, após desistência do presidente Joe Biden. Do outro lado, o bilionário e ex-presidente Donald Trump é a escolha do partido republicano para concorrer ao cargo que ocupou entre 2016 e 2020.
Neste domingo (3), sete pesquisas nacionais foram publicadas (NBC News, TIPP, Emerson, New York Post, Yahoo News, ABC News/Ipsos e Morning Consult). Delas, três indicam um empate de 49%-49%: NBC News, Emerson e New York Post. A única que aponta mais votos para Trump é a TIPP, que deu vantagem de 49% para o líder a da extrema direita, ante 48% para Harris.
Das sete, três apontam que Kamala Harris terá mais votos do que Donald Trump: a Yahoo News indica 49%-48%, ABC News/ Ipsos aponta para 49%-46% e a Morning Consult publicou pesquisa de 49%-47%.
Nos Estados Unidos, no entanto, pesquisas de intenção de voto de caráter nacional são importantes para medir a intenção de voto popular nos dois candidatos, mas são insuficientes para apontar o vencedor do pleito.
Como o que vale é o Colégio Eleitoral, nem sempre o candidato mais votado em todo o país pelo voto popular é o eleito. Em 2016, por exemplo, Donald Trump recebeu 3 milhões de votos a menos que Hillary Clinton, mas venceu na soma de delegados.
Isto porque para vencer a eleição nos Estados Unidos é necessário conquistar 270 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral. Cada estado tem um número específico de delegados, que varia de acordo com a população e o total de representantes no Congresso.
Estados-pêndulo
Para definir a eleição americana, os observadores políticos se atentam mais aos chamados Estados-pêndulo, aqueles que não têm uma preferência tradicional ao partido republicano ou democrata e, portanto, são mais decisivos. A competição por esses estados costuma ser intensa, pois seus resultados podem alterar completamente a dinâmica de uma eleição.
Em pesquisa publicada neste domingo (3) pelo jornal The New York Times em parceria com o Siena College, Kamala aparece ligeiramente à frente em Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin, enquanto Trump lidera no Arizona. Eles aparecem empatados em Michigan, Geórgia e Pensilvânia.
Os resultados nos sete estados, porém, estão dentro da margem de erro amostral, de 3,5 pontos percentuais, o que significa que não há nenhuma liderança definitiva.
Nevada: Kamala (49%) e Trump (46%)
Carolina do Norte: Kamala (48%) e Trump (46%)
Wisconsin: Kamala (49%) e Trump (47%)
Geórgia: Kamala (48%) e Trump (47%)
Pensilvânia: Kamala (48%) e Trump (48%)
Michigan: Kamala (47%) e Trump (47%)
Arizona: Trump (49%) e Kamala (45%)
Há décadas as pesquisas eleitorais não mostram os EUA enfrentando uma corrida presidencial acirrada em tantos estados. Esse cenário significa que o resultado permanece altamente incerto à medida que a campanha entra em sua etapa final.
Por isso, ambos os partidos têm concentrado seus esforços nos últimos dias de campanha nos sete estados-pêndulo.
Votos antecipados
A votação antecipada para as eleições presidenciais nos Estados Unidos já supera 72 milhões de votos até a manhã de domingo, segundo informações da NBC News. Na soma total, há cerca de 160 milhões de eleitores registrados para votar no país.
A votação antecipada começou em 20 de setembro nos estados de Minnesota, Dakota do Sul e Virgínia, com eleitores madrugando para garantir seu voto. Outros estados decisivos, como Michigan, Nevada e Arizona, abriram suas seções ao longo de outubro. Com esses votos iniciais, a campanha de Harris, apoiada por Joe Biden, que votou antecipadamente em 28 de setembro, tenta consolidar vantagem.
Donald Trump, por sua vez, critica a votação antecipada como uma “coisa estúpida”, mas reconhece sua importância estratégica. Em discurso recente na Pensilvânia, um estado-chave, ele incentivou seus apoiadores a votarem cedo e pessoalmente, ressaltando que uma vitória ali poderia definir a eleição.