Cármen Lúcia rebate fala misógina de Marçal e critica X de Elon Musk

Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, a presidente do TSE disse que “inteligente é a pessoa que acha que mulheres e homens são iguais em direitos”

(Foto: Reprodução/YouTube)

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, criticou nesta segunda-feira (30), em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, a fala do candidato a prefeito em São Paulo Pablo Marçal para quem “mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”.

Marçal fez a declaração durante debate da Folha e o UOL, realizado no mesmo dia, quando fazia referência a candidata Tabata Amaral.  Após o evento, ele foi um dos candidatos mais criticados pela fala misógina.

“Inteligente é a pessoa que acha que mulheres e homens são iguais em direitos e que tem o direito de participar numa sociedade em que 52% da população brasileira e 52% do eleitorado é de mulheres. Afirmar que uma mulher não vota em mulher realmente seria além de qualquer dado fático”, criticou a presidente do TSE.

Na entrevista, a ministra também defendeu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender as atividades do X [antigo Twitter] no Brasil. Para ela, houve descumprimento de determinações judiciais.

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O X, do bilionário Elon Musk, está suspenso no país desde o dia 31 de agosto. “Num estado soberano, todos nós, cidadãos, e todos aqueles que atuam aqui, empresas e plataformas, têm que cumprir sim a lei do país. É assim em qualquer lugar. O Brasil não é menor, o Brasil não é quintal de ninguém, o Brasil é um Estado soberano que precisa ter o seu direito respeitado para se dar o respeito, e nós fizemos isso”, esclareceu.

Para ela, não se pode permitir que uma “empresa trate o Brasil como se fosse algo a ser desdenhado”.

“Não se baniu uma empresa, apenas se exigiu que cumprisse as normas legais, como acontece em qualquer país soberano”, explicou.

A presidente do TSE também criticou Musk. “O dono do algoritmo não pode ficar imaginando que ele é o único que tem uma expressão livre (…) a expressão pode ser uma manifestação da sua liberdade e pode ser instrumento de crime, sempre foi, o código penal brasileiro desde 1940 tem [escrito] que se você injuriar alguém você responde por um crime, e ninguém nunca falou que isso era cerceamento à liberdade de expressão”, defendeu.

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