104 crianças foram vítimas dos massivos ataques de Israel contra o Líbano

Ministério da Saúde libanês informou neste sábado (28) que o número de mortos no país desde outubro já somam 1.640. Só de 16 de setembro até aqui são 1.030 vítimas fatais

Foto: UNICEF/UNI561766/Sánchez

Ao menos 87 crianças e 156 mulheres já perderam suas vidas no Líbano desde 16 de setembro, data em que Israel deu início a uma série de massivos ataques ao território vizinho, em declaração de guerra ao grupo xiita Hezbollah. No período, são 1.030 mortos em decorrência dos bombardeios aéreos e 6.352 feridos, de acordo com o ministério da Saúde libanês. 

Israel e o Hezbollah estão envolvidos em um crescente conflito desde o início dos ataques  à Faixa de Gaza, depois do 7 de outubro de 2023.

Em coletiva de imprensa neste sábado (28), o ministro Firas Alabiad informou que, considerado um período que se estende desde outubro de 2023, o número de vidas fatais no Líbano por ataques israelenses aumentam. Segundo Alabiad, desde outubro 1.640 pessoas morreram, incluídas 104 crianças e 194 mulheres, além dos 8.408 feridos.

A escalada mais vertiginosa do conflito entre judeus e xiitas ocorreu em 17 e 18 de setembro, quando o serviço secreto israelense, o Mossad, explodiu milhares de pagers e walkie-talkies utilizados pelos militantes do Hezbollah. Os aparelhos eram utilizados para driblar a espionagem israelense, mas foram grampeados de forma analógica pelos fabricantes a serviço do Mossad.

Desde então as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) têm direcionado ataques de grandes proporções ao território libanês, sobretudo em áreas habitadas por xiitas. O sul do país, que faz fronteira com o norte de Israel, por exemplo, é um dos principais alvos da IDF e onde abriga a maior parte dos muçulmanos xiitas do Líbano.

Áreas de maioria xiita também estão no foco dos israelenses, como o Vale do Beca e bairros do subúrbio da capital, Beirute. 

Entre as vítimas das ofensivas aéreas estão ao menos dois brasileiros. Na última quarta (25), o adolescente Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, foi morto em casa por um bombardeio no Vale do Beca. “Foi um ataque. Ele morreu trabalhando na pequena fábrica da família”, afirmou a irmã, Hanan Abdallah.

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Dois dias antes, a adolescente brasileira Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú (Santa Catarina), e seu pai foram atingidos por um ataque aéreo no sul do Líbano. Em uma nota, o Itamaraty confirmou a morte da garota com “grande pesar e consternação”.

Em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva classificou a região como palco de “uma das maiores crises humanitárias da história recente” e afirmou que Israel transformou o direito de defesa em direito de vingança.

“O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes tornou-se uma punição coletiva. O direito de defesa se transformou em direito de vingança, que impede o acordo para a libertação de reféns e o cessar fogo”, declarou Lula.

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