Presidente da Fiesp pede fim da “cultura da financeirização”
Josué Gomes cobra o retorno dos investimentos no setor produtivo e o abandono do rentismo. Ao Estadão, ainda criticou os elevados juros do Brasil: “não tem cabimento”
Publicado 26/09/2024 16:56 | Editado 26/09/2024 17:01
O setor industrial tem sido contundente na avaliação sobre os rumos que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, adotou para a taxa de juros, a Selic. Nesta semana, em entrevista ao Estadão, o empresário e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, foi preciso ao criticar a condução da Selic e a “cultura da financeirização” no Brasil.
De acordo com Gomes, os juros altos fizeram com que o país aprendesse a viver de renda e abandonasse os investimentos no setor produtivo – que gera, efetivamente, o desenvolvimento nacional.
Para ele, é fundamental acabar com o que chama de cultura da financeirização ou rentismo. O empresário não quis comentar de forma direta se a decisão em aumentar em 0,25% a taxa Selic na última reunião foi correta, porém foi categórico: “do ponto de vista macro, não tem cabimento os juros praticados no Brasil”.
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Segundo indica, é impossível que o Brasil se desenvolva com esse atual patamar de juros que se estende por 30 anos. Ele aponta que nos últimos dez anos se gastou com juros seis vezes mais do que foi investido em infraestrutura.
Na entrevista ainda falou sobre a reforma tributária. Gomes entende que a alíquota de referência do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) para a indústria deve ser no máximo de 26,5%. Para ficar nestes termos caso o valor seja extrapolado, prega descontos por setores que ultrapassarem este limite como forma de manter a alíquota e evitar evasão fiscal.
Quanto à Nova Indústria Brasil (NIB), encabeçada pelo governo Lula, entende os recursos poderiam ser maiores, mas que o fato de o atual governo olhar com atenção o setor é positivo e que a indústria dará a resposta aos incentivos rapidamente como forma de aumentar a participação no PIB que decresce a cada ano.
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Por fim, sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia disse que o setor industrial brasileiro apoia e está esperanço por um desfecho positivo.