Padre Júlio Lancellotti reage e processa Marçal por difamação
Candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB acusa padre de “politicagem” e usa termos pejorativos; Lancellotti leva o caso à Justiça
Publicado 19/09/2024 11:01 | Editado 19/09/2024 13:56
O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, foi acionado na Justiça nesta quarta-feira (18) pelo padre Júlio Lancellotti. A ação judicial foi motivada por declarações de Marçal durante uma entrevista concedida à Revista Oeste no último dia 10, onde ele teria insinuado que o trabalho da Pastoral do Povo da Rua, liderado por Lancellotti, seria usado para “politicagem”. A informação foi divulgada pelo Estadão.
Segundo a petição protocolada pelos advogados de Lancellotti, Hélio Freitas de Carvalho da Silveira e Marcelo Santiago de Pádua Andrade, Marçal também utilizou o termo pejorativo “lança leite” para se referir ao padre. Os advogados alegaram que tais declarações feriram “a honra e o decoro de um sacerdote”, que é conhecido por seu trabalho assistencial e “está completamente fora da disputa político-partidária”.
A petição solicita que a Justiça determine a retirada do trecho da entrevista publicada em uma página no Instagram chamada “Vigia Mooca” e pede abertura de uma investigação policial para apurar os fatos.
O documento protocolado na Justiça Eleitoral relata ainda que Marçal declarou apoio à instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o trabalho do padre Júlio. Durante a entrevista, Marçal questionou o uso de recursos públicos em São Paulo: “É claro, você imagina, se você na cidade de São Paulo sabe que R$ 1 bilhão está sendo destinado para nada, isso tem que ser apurado e colocado gente na cadeia. A gente gasta esse tanto de dinheiro por ano e aumentado em 23 % as pessoas em situação de rua, ou seja, nós não estamos gastando esse dinheiro, alguém está comendo esse dinheiro […] Ou seja, você está investindo para ter mais morador de rua e por esse bando de ONG para fazer graça aqui . Em nome de que? A troco de que?”, disse o candidato.
Os advogados de Lancellotti afirmam que as ofensas têm fins de propaganda eleitoral. Eles alegaram que Marçal desenvolveu uma estratégia já conhecida do eleitorado paulistano, utilizando apelidos de forma “indecorosa e vil” para criar peças audiovisuais de curta duração que circulam extensamente nas redes sociais.
A ação judicial também faz referência ao artigo 326 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737 de 15 de julho de 1965), que prevê punição para injurias e agressões durante campanha eleitoral. O caput do artigo é claro: “prejudicar alguém, na propaganda eleitoral, ou movimentos a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro” pode resultar em pena de detenção de até seis meses ou pagamento de multa.
“Padre Júlio Lancellotti restou ofendido por um apelido de conotação sexual, indicando aleivosias que sequer mereceriam ser reproduzidas”, concluem os advogados no documento.
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com informações do Estadão