Após pesquisas, Trump diz que não participa mais de debates

Levantamento com eleitores apontou que 63% dos telespectadores afirmaram que Kamala venceu o debate. Outra pesquisa afirma que intenções de voto de Kamala também cresceram

Foto: Reprodução

O candidato republicano à Casa Branca Donald Trump afirmou, nesta quinta (12), que não irá participar de outro debate contra a democrata Kamala Harris. O anúncio de Trump ocorreu momentos depois da CNN publicar um levantamento em que 63% dos entrevistados afirmavam acreditar que a democrata venceu o confronto, contra 37%.

Logo após o fim da transmissão, o empresário apareceu de surpresa no “spin room”, como é chamada a área reservada para entrevistas a jornalistas, e disse que a campanha opositora, desesperada, tinha proposto um novo debate.

“Ela quer outro debate, porque sabe que perdeu esse, mas não sei se vamos ter mais um”, afirmou. “Foi o melhor debate que eu já fiz. Eu me diverti. Espero que vocês tenham curtido também”, acrescentou.

Apesar de ter se considerado o vencedor do debate, um levantamento realizado pela CNN com eleitores registrados concordaram que Kamala superou Trump. Os entrevistados disseram, 63% a 37%, que Kamala teve um desempenho melhor no palco da ABC.

Antes do debate, os mesmos eleitores estavam divididos igualmente sobre qual candidato teria um desempenho mais forte, com 50% dizendo que Harris teria e 50% que Trump teria

A primeira pesquisa nacional após o debate também ligou o alerta para os republicanos. Segundo a pesquisa Reuters/Ipsos encerrada nesta quinta, Kamala tem 47% das intenções de voto contra 42% de Trump na disputa à Casa Branca. 

No levantamento anterior, publicado em 29 de agosto, a atual vice-presidente tinha 45% contra 41% do ex-presidente. 

Talvez por isso, Trump e sua campanha tenham confirmado nesta quinta, por meio da rede social Truth Social (de propriedade do republicano), que não participará mais dos debates.

“Não haverá terceiro debate”, publicou o líder da extrema direita. “Quando um boxeador perde a luta, a primeira coisa que ele fala é que deseja uma revanche. As pesquisas indicam claramente que eu ganhei o debate”, acrescentou o magnata.

Apesar de ter considerado seu desempenho no debate como seu “melhor de todos os tempos”, o ex-presidente se queixou do tratamento recebido dos mediadores, em comparação com o oferecido à Kamala.

“Foi manipulado, como eu presumi que seria. (…) Quando você olhava para o fato de que eles estavam corrigindo tudo e não corrigindo ela [Kamala]. Foi um três contra um. Tudo bem, eu tive chances piores antes, mas nunca tão óbvias”, disse, referindo-se aos moderadores David Muir e Linsey Davis.

Os apresentadores da ABC News verificaram com dados e declarações de Trump no debate, além de pressionarem por respostas diretas em suas perguntas.

Em um dos momentos em que os moderadores foram mais incisivos, Trump alegou que alguns estados permitem o aborto no nono mês de gravidez e Davis interveio dizendo: “Não há estado neste país onde seja legal matar um bebê depois que ele nasce”.

Mais tarde no debate, Trump alegou falsamente que migrantes em Ohio estavam matando animais de estimação para comer, repetindo uma alegação desmentida que havia sido amplificada esta semana por figuras da mídia de direita e ecoada por líderes republicanos.

“Em Springfield, eles estão comendo os cachorros”, disse Trump. “As pessoas que entraram estão comendo os gatos. Estão comendo os animais de estimação das pessoas que vivem lá. E é isso que está acontecendo em nosso país e é uma vergonha.”

Muir rapidamente corrigiu Trump sobre a afirmação. “Só quero esclarecer aqui. Você mencionou Springfield, Ohio. A ABC News entrou em contato com o prefeito da cidade. Ele nos disse que não houve relatos confiáveis ​​de alegações específicas de animais de estimação sendo prejudicados, feridos ou abusados ​​por indivíduos dentro da comunidade de imigrantes.”

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