Países da OCDE reduzem taxa de jovens nem-nem e Brasil segue mesma tendência

A taxa de jovens que não trabalham e nem estudam nos países da OCDE caiu de 15,8% (2016) para 13,8% (2023). No Brasil, a taxa também teve redução, passando de 29,4% para 24%

Foto: Studio Formatura/Galois

O percentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham nem estudam — os chamados “nem-nem” — caiu de 15,8% para 13,8% no período entre 2016 e 2023 nos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de países desenvolvidos economicamente do qual o Brasil não faz parte.

Os dados estão no relatório internacional Education at a Glance (EaG) 2024, divulgado nesta terça-feira (10) pela OCDE. O estudo traz uma série de indicadores que permitem comparar os sistemas educacionais dos países e das regiões participantes.

“Compreender o desempenho dos jovens entre os 18 e os 24 anos no mercado de trabalho é particularmente importante porque as pessoas nesta faixa etária geralmente acabaram de concluir o ensino secundário”, diz o relatório.

“A sua situação no mercado de trabalho reflete o quão aberto o mercado de trabalho está aos estudantes recém formados e quão facilmente podem entrar no mercado de trabalho”, afirma.

Segundo o estudo, mercados de trabalho fortes e uma participação crescente na educação levaram a uma redução no percentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham, não estudam e nem seguem em formação na maioria dos países membros da OCDE.

No Brasil, a taxa é superior, mas também teve redução, passando de 29,4% para 24%, no mesmo período de avaliação.

O número da OCDE também é pior do que o divulgado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) da Educação, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano passado e correspondente a 2022, de 20% (9,6 milhões de jovens). A PNAD avalia uma faixa etária diferente: dos 15 aos 29 anos. 

Na pesquisa do IBGE, quando perguntados sobre o principal motivo de terem abandonado a escola, os jovens apontam a necessidade de trabalhar como fator prioritário (40,2%), ainda que nem sempre consigam emprego. A gravidez (22,4%) e a demanda de tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas (10,3%) também aparecem como motivos, sobretudo para mulheres.

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