Lula diz que retomará obras da BR 319, que liga Manaus a Porto Velho
Presidente está no Amazonas para observar os efeitos da estiagem e realizar anúncios. Rodovia é demanda antiga e alternativa para a navegação nos rios em períodos de seca
Publicado 10/09/2024 18:41 | Editado 11/09/2024 09:03
Nesta terça-feira (10), o presidente Lula esteve em visita ao Amazonas para observar pessoalmente os efeitos da seca e anunciar medidas de combate à estiagem, quando aproveitou para firmar compromisso sobre a BR 319. Antes da reunião com prefeitos de cidades da região amazônica na capital Manaus, o presidente esteve nas cidades de Manaquiri e Tefé, sendo que dentre 62 municípios amazonenses, 61 tiveram declarada a situação de emergência em função da estiagem pelo governo federal.
Durante a agenda de Manaquiri, Lula se comprometeu com a retomada das obras da BR 319, que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. A pavimentação da rodovia se arrasta por mais de 50 anos e é tema controverso pelo impacto ambiental por cortar a região amazônica.
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No entanto, o presidente ressaltou que deverá ter garantias que não ocorrerá desmatamento para a obra: “Não vamos permitir o desmatamento e a grilagem de terra próximo à rodovia, como é habitual acontecer nesse país. A gente faz uma rodovia, daqui a pouco estão destruindo do lado direito e do lado esquerdo, tem gente queimando, tem gente grilando, tem gente matando, tem gente criando gado onde não é necessário criar gado”, afirmou Lula em visita à Aldeia Kainã, do povo munduruku.
“Nós temos consciência que, enquanto o rio estava navegável, cheio, a rodovia não tinha a importância que tem, enquanto o Rio Madeira estava vivo. E nós não podemos deixar duas capitais isoladas. Mas nós vamos fazer com a maior responsabilidade e queremos construir uma parceria de verdade”, completou, ao dizer que envolverá todos os ministérios necessários, em especial o do Meio Ambiente.
Obras
Com 918 quilômetros e ligando 22 municípios, as obras da BR 319 iniciadas nos anos 60 nunca foram concluídas na totalidade. O governo anterior conseguiu uma licença com o Ibama para pavimentar o Trecho do Meio, com 405 quilômetros, que fica na área mais densa de floresta. Apesar da liminar a Justiça Federal do Amazonas suspendeu a obra por ação movida pelo Observatório do Clima.
O Ministério dos Transportes divulgou relatório neste ano, feito por um Grupo de Trabalho, indicando que a obra é viável com sustentabilidade. A finalização da rodovia é uma demanda dos moradores do norte do país, pois será uma importante alternativa de transporte principalmente quando os rios baixam e não ficam navegáveis, como ocorre neste momento.
*Com informações Agência Brasil e Poder 360