Ouvidorias federais registram 576 denúncias de assédio sexual em 2024

O painel “Resolveu?”, da CGU, revela aumento nos registros de assédio até setembro e aponta que 75% dos denunciantes que identificaram o sexo são mulheres, reforçando a gravidade do tema

Foto: Mídia Ninja/reprodução

As ouvidorias de 173 órgãos públicos federais, incluindo ministérios, universidades, hospitais, empresas estatais e autarquias, contabilizaram 576 denúncias e reclamações de assédio sexual ao longo deste ano. Os dados, coletados entre 01 de janeiro e o último sábado (7), constam no painel “Resolveu?”, da Controladoria-Geral da União (CGU). Dentre essas manifestações, mais de 97% (562) são denúncias, enquanto apenas 2,5% (14) configuram-se como reclamações.

Os órgãos com maior número de registros são a Universidade Federal de Rondônia, com 32 ocorrências, seguida pelo Ministério da Saúde (23), Universidade Federal de Pernambuco (20) e a própria CGU (21). Também se destacam o Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com 11 casos cada. A Universidade Federal do Rio de Janeiro registrou 10 ocorrências, enquanto a Universidade Federal do Ceará e o Ministério das Mulheres tiveram 9 casos cada. Com oito ocorrências, figuram ainda o Comando da Aeronáutica, a Universidade Federal do Pará e a Universidade de Brasília.

Cerca de 60% das denúncias são identificadas como de “conduta de natureza sexual”, indicando a gravidade dos casos relatados. Apenas no mês de agosto, houve um aumento significativo de 122 novas ocorrências, correspondendo a 21% do total anual até o momento.

O perfil dos denunciantes e reclamantes é escasso em informações detalhadas, com três quartos deles omitindo a localização ou a cor. Entre os 88 que identificaram o sexo, 66 (75%) eram mulheres e 22 (25%) homens.

Apesar do cenário alarmante, vale destacar que, até o momento, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH) não possui registros de denúncias ou reclamações de assédio sexual no painel da CGU. Contudo, na última sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual, em um movimento que reforça a atenção do governo para o tema.

O painel “Resolveu?”, da CGU, continua a ser uma ferramenta crucial para o monitoramento e enfrentamento de casos de assédio sexual no serviço público federal.

Resolveu?

A ferramenta, criada pela CGU, reúne informações sobre manifestações de ouvidoria — como denúncias, sugestões, solicitações, reclamações, elogios e pedidos de simplificação — recebidas pela Administração Pública através do sistema e-Ouv. Ele permite que gestores e cidadãos examinem e comparem indicadores de forma rápida, dinâmica e interativa.

O objetivo do painel é fornecer transparência e auxiliar no exercício do controle social, facilitando o acesso a dados e promovendo a participação social. Além disso, é uma ferramenta crucial para o monitoramento e enfrentamento de casos de assédio sexual no serviço público federal.

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com agências

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