Senado vota a indicação de Galípolo à presidência do BC em 8 de outubro

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, elogiou a indicação e marcou a data. Antes deverá ocorrer a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos

Gabriel Galípolo. Foto: Diogo Zacarias

A indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central será votada pelo Senado no dia 8 de outubro. O anúncio da data foi feito pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD).

“Quero destacar o nosso reconhecimento sobre a boa qualidade do indicado [Galípolo], o qual conviveu conosco aqui, inclusive em discussões relevantes como a da reforma tributária. E, naturalmente, nesse tempo, terá o Gabriel Galípolo a oportunidade de estar com todos os senadores e senadoras para apresentar o seu pensamento sobre a política monetária, os seus pensamentos para o Banco Central do Brasil”, afirmou Pacheco.

A sucessão no BC é ansiosamente aguardada pelo governo federal e pela sociedade brasileira, pois representa o começo do fim do mandato bolsonarista de Roberto Campos Neto – que vai até 31 de dezembro.

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Campos Neto demonstrou por diversas vezes estar do lado do rentismo econômico representado pelos economistas da Faria Lima, ao invés de absorver os pedidos do setor produtivo nacional. Isto trouxe reflexos nefastos para a economia do país com a manutenção de uma das maiores taxas de juro real do mundo.

Ainda que os efeitos deletérios da política monetária de Campos Neto tenham atravancado o avanço nacional, o governo Lula tem surpreendido com ótimos resultados na economia que podem ser vistos no último resultado do PIB (Produto Interno Bruto).

De qualquer forma, não é possível deixar de pensar em como o Brasil poderia ter crescido ainda mais com um Banco Central alinhado aos anseios desenvolvimentistas que o país vem demandando.

Galípolo

Atualmente, Galípolo ocupa a diretoria de Política Monetária do BC sob indicação de Lula, que agora o escolhe para comandar o banco.

Caso aprovado na sabatina e na votação do Senado, o novo presidente do Banco Central terá um mandato de quatro anos à frente da instituição.

Ao consultar analistas sobre a indicação, há divergências se o economista representará efetiva ruptura ou se continuará seguindo a pauta do mercado financeiro. Apesar disso é unanimidade que a troca de comando, dada a condução de Campos Neto, é positiva.

Votação e Sabatina

Agendada por Pacheco para depois do primeiro turno das eleições, que ocorrem em 6 de outubro, a votação no plenário ocorrerá depois da sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Ainda sem data para ocorrer, o CAE deverá agendar a sabatina antes de 8 de outubro como forma de atender a orientação de Pacheco.

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Cabe ao presidente do colegiado Vanderlan Cardoso (PSD) a definição. Na última sessão, em 4 de outubro, senadores bolsonaristas se manifestaram para deixar a sabatina para depois das eleições, entre eles Sérgio Moro (União).

Esta movimentação infrutífera visa desgastar o processo de indicação, que é mais uma etapa formal, pois a extrema-direita da Casa Alta está insatisfeita com o processo que suspendeu o X no país e quanto às emendas parlamentares. Segundo Andreia Sadi, no g1, estes senadores enxergam certo alinhamento entre Executivo e Judiciário e, com isso, querem mandar recados ao governo.