Renata Mielli discute suspensão da plataforma X no Brasil e o papel do CGI no G20

Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a suspensão das operações da plataforma X, antiga Twitter, no Brasil. A medida foi tomada após a empresa descumprir diversas ordens judiciais relacionadas a investigações sobre ataques à democracia. O CEO da plataforma chegou a fechar o escritório da empresa no Brasil em agosto, temendo possíveis represálias, como a prisão de representantes legais.

Em entrevista ao Entrelinhas Vermelhas, a jornalista Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), explicou que a suspensão reflete a necessidade de garantir que grandes empresas de tecnologia respeitem a soberania e as leis brasileiras. Ela destacou que o caso também levanta discussões globais sobre a relação entre plataformas digitais e os Estados, ressaltando a importância de uma regulamentação que defina parâmetros claros para essas empresas.

O CGI.br, uma entidade multissetorial que coordena a governança da internet no Brasil, tem desempenhado um papel ativo nas discussões sobre a regulação da internet em foros internacionais. Durante as discussões do G20, o CGI focou na necessidade de promover uma distribuição equitativa de poder tecnológico e fomentar a transferência de tecnologia. O Brasil propôs a criação de fundos para infraestrutura e formação de especialistas, além de destacar a importância da autonomia tecnológica, especialmente na área de inteligência artificial (IA).

Nos debates sobre IA, o Brasil propôs o desenvolvimento de bases de dados que reflitam a diversidade da população brasileira, incluindo informações sobre comunidades indígenas e negras. O objetivo é reduzir vieses nos algoritmos de IA e garantir que as tecnologias estejam alinhadas com a realidade brasileira. Essas discussões no G20 refletem a crescente preocupação global com a regulação de conteúdo e a soberania tecnológica no cenário digital.

Assista a íntegra da entrevista: