Extrema direita tem primeira grande vitória eleitoral desde a segunda guerra

Resultado das eleições em duas regiões na Alemanha é sinal de enfraquecimento da coalizão de Olaf Scholz. Em 1932, Turíngia foi a primeira a levar os nazistas ao poder

Foto: reprodução

O neonazismo obteve na Alemanha, neste domingo (1º), sua primeira vitória eleitoral desde o fim da segunda guerra mundial, após a Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistar um terço dos votos na eleição estadual na Turíngia e ficar atrás apenas dos conservadores da CDU na Saxônia. O resultado representa um golpe para o chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz.

Os dois estados do leste do país foram às urnas neste domingo para as eleições parlamentares regionais. Na Turíngia, a AFD venceu a eleição ao somar 32,8% dos votos. Na Saxônia, o partido de extrema direita ficou em segundo lugar com 30,6%, atrás apenas da União Democrata-Cristã (CDU), com 31,9%.

Turíngia:

AfD: 32,8%
CDU: 23,6%
BSW: 15,8%
Esquerda: 13,1%
SPD: 6,1%
Outros: 4,3%
Verdes: 3,2%
FDP: 1,1%

Saxônia

CDU: 31,9%

AfD: 30,6%

BSW: 11,8%

Outros: 8,8%

SPD: 7,3%

Verdes: 5,1%

Esquerda: 4,5%

O triunfo da extrema direita provoca um terremoto político no país e enfraquece ainda mais a coalizão de centro-esquerda do chefe de Governo Olaf Scholz, quando ainda faltam 12 meses para as eleições legislativas.

Na Turíngia, o partido SPD do chefe de Governo alemão Olaf Scholz registrou seu pior resultado em uma eleição regional, com apenas 6,1% dos votos. E na Saxônia, a legenda recebeu 7,3%, menos votos que há cinco anos.

Nesta segunda (2), Scholz pediu a “todos os partidos democráticos” que formem “governos estáveis sem a extrema direita” na Turíngia e na Saxônia. 

“A AfD está prejudicando a Alemanha. Enfraquece a economia, divide a sociedade e arruína a reputação do nosso país”, afirmou o líder social-democrata, em uma mensagem no Facebook.

Todos os partidos já anunciaram que se recusam a estabelecer uma aliança com a AfD. Ainda assim, em Turíngia, a AfD passa a ter uma minoria de bloqueio, o que permitiria, entre outras coisas, impedir a nomeação de juízes. 

Em 1932, esta região foi a primeira a levar os nazistas ao poder. Os resultados de domingo são “um terremoto político no leste”, segundo o jornal Tagesspiegel, enquanto o Süddeutsche Zeitung aponta um “resultado alarmante para os democratas”.

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