MS cria centro de emergência para enfrentar Mpox no Brasil
OMS alerta sobre risco global; segundo a Ministra Nísia Trindade, “não há motivo de alarme, mas de alerta”
Publicado 15/08/2024 13:21 | Editado 15/08/2024 15:46
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quarta-feira (14) a criação de um Centro de Operação de Emergência (COE) para enfrentar a disseminação da Mpox no Brasil. A iniciativa ocorre em resposta à recente declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS), que classificou o surto da doença no continente africano como uma emergência de saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da entidade.
A OMS destacou a necessidade da medida devido ao risco de disseminação global e à potencial ameaça de uma nova pandemia. Apesar da gravidade da situação, Nísia Trindade enfatizou que “não há motivo de alarme, mas de alerta”. A fala foi dita pela ministra durante entrevista no Palácio do Planalto, após evento sobre investimentos na indústria da saúde.
Ainda segundo Nísia, o Comitê será composto por representantes do “Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e de conselhos de secretários municipais e estaduais de saúde.” Ela disse ainda que o Ministério já vinha monitorando a situação e que especialistas se reuniram recentemente para discutir as possíveis implicações da nova onda da doença, incluindo a necessidade de vacinas.
Entre as medidas previstas, estão a aquisição de testes de diagnóstico, alertas para viajantes e a atualização do plano de contingência. A ministra esclareceu que, por enquanto, não há previsão de uma campanha de imunização em massa contra a Mpox. No ano passado, as vacinas foram utilizadas em caráter emergencial e liberadas pela Anvisa para uso provisório, também servindo para pesquisas científicas.
Embora a nova onda da doença represente um risco baixo para o Brasil neste momento, a pasta continua vigilante. Em 2024, foram notificados 709 casos de Mpox e 16 óbitos no país, o mais recente em abril do ano passado. Globalmente, os casos já superaram o total de 2023, com mais de 14 mil registros e 524 mortes.
Em maio de 2023, a OMS havia retirado a classificação de emergência global para a Mpox, que havia sido decretada em julho de 2022 devido ao surto em diversos países. A nova declaração de emergência, restrita ao continente africano, reforça a necessidade de medidas preventivas para evitar uma escalada global da doença.
O que é a Mpox?
A Mpox, anteriormente conhecida como monkeypox vírus ou varíola dos macacos, é uma doença zoonótica viral que pode ser transmitida para humanos através do contato com animais silvestres infectados, pessoas contaminadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, que podem aparecer em várias partes do corpo, incluindo rosto, mãos, pés e áreas genitais, além de linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza.
As lesões na pele, que evoluem de manchas avermelhadas para bolhas com líquido, são características da doença e afetam todas as pessoas infectadas. Embora os óbitos sejam raros, a doença pode causar desconforto significativo.
__
com agências