Brasil está pronto para firmar o acordo Mercosul-União Europeia, diz Lula

“Agora depende da União Europeia porque nós aqui já decidimos o que queremos. A UE que se vire com a França que tem dificuldade com os produtos agrícolas brasileiros”, diz Lula

Ursula von der Leyen e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que ligou para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para dizer que os países da América do Sul estão dispostos a assinar o acordo Mercosul-União Europeia.

“É só vocês quererem. Agora não depende mais de nós”, falou o presidente, por telefone, com Ursula von der Leyen.

Os dois têm mantido conversas de interesse dos dois blocos econômicos desde o início de 2023.

A presidenta da Comissão Europeia já foi recebida no Palácio do Planalto, em Brasília, em junho do ano passado, e ambos se encontraram na Conferência da ONU sobre o Clima, nos Emirados Árabes, em dezembro passado.

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De acordo com Lula, o Brasil e seus parceiros no bloco sul-americano fizeram a sua parte e que agora cabe aos europeus resolverem as suas pendências.

“Agora depende da União Europeia porque nós aqui já decidimos o que queremos, e já comunicamos eles. A UE que se vire com a França que tem dificuldade com os produtos agrícolas brasileiros. Certamente, teria que disputar com nosso queijo de minas, nosso vinho do Rio Grande do Sul”, disse.

No mês passado, durante a reunião da 64ª Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, o presidente disse que o acordo só não havia sido concluído “porque os europeus ainda não conseguiram resolver suas próprias contradições internas”.

O presidente brasileiro também tratou sobre o assunto quando recebeu a vista do presidente da Itália, Sergio Mattarella,.

“Como fiz na recente Cúpula do Mercosul em Assunção, reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o quanto antes, um acordo com a União Europeia que seja equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões”, disse.

Lula reforçou ao italiano que avanço do acordo dependia dos europeus, mesmo com algumas exigências que prejudicavam o acordo entre os dois países.

“Medidas como a taxa de carbono imposta de forma unilateral pela União Europeia podem afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano. A redução das emissões de CO2 é um imperativo, mas não deve ser feita com base em medidas unilaterais que vão impactar as vidas dos produtores brasileiros e dos consumidores italianos”, observou Lula na ocasião.

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