Bolsa Atleta está presente em 100% das medalhas do Brasil em Paris
País terminou os Jogos Olímpicos com 20 medalhas, todas elas com a marca do Programa. Mulheres fizeram história com mais pódios que os homens, incluindo as três medalhas de ouro
Publicado 12/08/2024 10:54 | Editado 13/08/2024 18:13
As 20 medalhas conquistadas pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris, encerrados neste domingo (11), têm a marca do Bolsa Atleta, programa do Ministério do Esporte lançado no primeiro governo Lula. Mesmo nas premiações por equipes ou em esportes coletivos, todos os medalhistas do País recebem o incentivo ou já foram beneficiados em algum momento da carreira.
O Time Brasil encerrou a participação em Paris com 20 pódios, sendo três ouros, sete pratas e dez bronzes, colocando o Brasil na 20ª posição do quadro geral de medalhas e em 12º pelo total de pódios.
O resultado é a quarta melhor campanha brasileira em Olimpiadas, considerando as medalhas de ouro como principal critério, atrás de Tóquio-21 (21 medalhas: sete de ouro, seis de prata e oito de bronze); Rio-2016 (19 medalhas: sete de ouro, seis de prata e seis de bronze) e Atenas-04 (10 medalhas: cinco de ouro, duas de pratas e três de bronze).
Considerando o total de pódios, foi a segunda melhor campanha do Time Brasil na história, atrás apenas dos 21 pódios da última edição, no Japão.
Dos 60 medalhistas brasileiros em Paris, 100% integram o Bolsa Atleta ou estiveram em editais ao longo de suas carreiras. Nos esportes individuais, os únicos que não fazem parte do programa atualmente são Gabriel Medina, ídolo do surfe profissional, mas que já esteve em dois editais; Larissa Pimenta, do judô, que teve o suporte federal durante dez anos de sua trajetória; e Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, que recebeu Bolsa Atleta durante 13 anos.
Na Seleção feminina de futebol, que foi prata em Paris, das 22 convocadas, oito não estão no programa atualmente, mas todas já receberam o Bolsa Atleta em algum momento da carreira. Já na Seleção feminina de vôlei, bronze na França, duas das 12 convocadas não fazem parte do programa em 2024, mas todas também já receberam o Bolsa Atleta em suas trajetórias.
O investimento federal direto via Bolsa Atleta ao longo da carreira dos medalhistas é de R$ 24,4 milhões, com o número de bolsas concedidas chegando a 398. Os medalhistas mais longevos dentro do Bolsa Atleta são Rafaela Silva, do judô, contemplada em 15 editais; Caio Bonfim, da marcha atlética, em 14 editais; Isaquias Queiroz com 13; Rosamaria, do vôlei, com 12; e Rebeca Andrade, também com 12.
De autoria da bancada do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em 2005, o Bolsa Atleta já investiu R$ 1,77 bilhão em seu público e beneficiou 37.595 atletas em 105 mil bolsas.
“Como você organiza sua rotina, se você não tem o mínimo de estrutura, se você não consegue atender suas necessidades básicas? Realmente o Bolsa Atleta é o referencial de uma família. Eu espero que a gente possa contar com ele por muitos anos”, afirmou Jade Barbosa, bronze na ginástica artística por equipes em Paris.
Com o nome presente em nove editais do Bolsa Atleta desde 2011, Jade Barbosa é uma das representantes da categoria Pódio em Paris. Para a experiente atleta de 33 anos, o programa tem sido um parceiro essencial, fundamental na trajetória que permitiu a ela integrar a equipe vice-campeã mundial por equipes em 2023.
“É um projeto que considero essencial, que consegue entender a necessidade e a demanda de cada atleta. Muda não só a vida do atleta, que pode se fixar no que é mais importante para desenvolver sua carreira, mas da família”, acrescenta a medalhista.
Para Rayssa Leal, skatista da modalidade Street, que conquistou seu segundo bronze olímpico em Paris, o programa é essencial para os atletas que não possuem patrocínio.
“O Bolsa Atleta ajuda bastante, principalmente a quem não tem patrocínio, a comprar um skate, e também ajuda no bom desempenho nos campeonatos. No início, me ajudou bastante, mesmo, e ajudou muito minha família, a melhorar tudo isso”, lembra.
O marchador Caio Bonfim, medalhista de prata nas olímpiadas, sentiu na pele a dificuldade de ser atleta, ainda mais em uma modalidade sem tradição no país. Com o desconhecimento das pessoas sobre a modalidade, ele escutou muitos insultos durante os anos de treinamentos somente por praticar o esporte. “Eu saia para treinar e era xingado porque fazia a marcha atlética”.
Segundo ele, não tem como falar da própria história sem falar do Bolsa Atleta. “A gente gosta de reclamar, mas disso aí eu não posso. Eu comecei a marchar no ano de 2007, e desde lá eu sou bolsista do Bolsa Atleta. Não tem como falar da minha história sem falar do Bolsa Atleta. Ele me dava essa segurança e essa tranquilidade de poder evoluir”, completa.