Senado aguarda posição do governo para votar PEC
A matéria seria votada nesta segunda-feira (6), em primeiro turno, mas não houve acordo sobre o prazo de 25 anos para o pagamento das dívidas e precatórios
Publicado 07/08/2024 12:34 | Editado 08/08/2024 14:27
A votação da proposta de emenda à Constituição (PEC 66/2023), que parcela as dívidas das prefeituras com INSS em 20 anos e estabelece como limite para pagamento de 2% a 4% do orçamento das administrações municipais, dependerá de um acordo com a equipe econômica do governo, porque o substitutivo ampliou o prazo de pagamento para 25 anos.
O projeto reabre o prazo para que as prefeituras parcelem dívidas e define limites para o pagamento de precatórios.
A matéria seria votada nesta segunda-feira (6) no Senado, em primeiro turno, mas não houve acordo para a votação.
A expectativa é que o entrave seja resolvido na reunião marcada para a próxima terça-feira (13) com os líderes partidários da Casa e representantes do governo e prefeituras.
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De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), as dívidas das prefeituras com a previdência são superiores a R$ 248 bilhões. Cidades da Bahia, do Pará e de São Paulo possuem os maiores débitos.
Na 25ª edição da Marcha dos Prefeitos, realizada em fevereiro passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o prazo e condições para o financiamento das dívidas previdenciárias e pagamento de precatórios.
O presidente não especificou os juros e teto máximo de comprometimento da Receita Corrente Líquida (RCL) dos municípios, mas reconheceu que a situação impacta os cofres municipais e precisa ser revista.
“Não é possível tomar decisão política em nível nacional sem a gente medir a consequência dela quando a gente chega na ponta da cidade. Nós transferimos muita responsabilidade e muitas vezes a gente precisa transferir parte do dinheiro junto para o prefeito cumprir. Grande parte das coisas que os prefeitos reivindicam é justa. Precisamos estabelecer uma relação digna e respeitosa entre nós”, disse Lula na ocasião.
O relator da matéria, senador Carlos Portinho (PL-RJ), quer transformar o parcelamento em 300 vezes corrigido pela Selic, mas com contrapartidas de os municípios fazerem no prazo estabelecido para poderem aderir a esse novo parcelamento a sua reforma previdenciária, levando em conta o calendário eleitoral.
“Vão entrar novos prefeitos e que eles possam ter um tempo suficiente para iniciar a sua reforma previdenciária, coisa que não foi possível porque o prazo encerrou em dezembro passado e muitos municípios ficaram de fora”, explica o relator.