Maduro vence eleições com 51,2% e é reeleito presidente da Venezuela
Líder chavista conquista terceiro mandato presidencial e governa Venezuela por mais seis anos. Resultado é reconhecido pela China, em contraposição as ameaças ocidentais
Publicado 29/07/2024 08:54 | Editado 29/07/2024 16:14
O presidente venezuelano Nicolás Maduro, candidato pela coligação Grande Pólo Patriótico, foi declarado o vencedor das eleições presidenciais deste domingo (28) ao obter 5,1 milhões de votos, 51,20% do total. O principal candidato opositor, Edmundo González, da Plataforma Unitaria, de extrema direita, reuniu 4,4 milhões, cerca de 44,02% dos votos.
Com o resultado, Maduro é reeleito para o seu terceiro mandato. Na Venezuela, o mandato presidencial é de seis anos.
Nas primeiras horas desta segunda, ainda na madrugada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão máximo do Poder Eleitoral da Venezuela, publicou que 80% das urnas haviam sido apuradas e que o resultado era irreversível.
Naquele ponto, Maduro impunha uma vantagem de cerca de 700 mil sobre Edmundo González.
“Posso dizer diante do povo da Venezuela e do mundo: sou Nicolás Maduro Moros, presidente reeleito da República Bolivariana da Venezuela”, declarou Maduro no discurso da vitória, dentro do palácio presidencial de Miraflores. “Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito à lei”, enfatizou.
A China felicitou esta segunda-feira Nicolás Maduro pela sua reeleição como chefe de Estado da Venezuela. “A China felicita a Venezuela pelo sucesso das suas eleições presidenciais e felicita o Presidente Maduro pela sua reeleição”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, em conferência de imprensa.
“A China está disposta a enriquecer a parceria estratégica [com a Venezuela] e a fazer com que os povos dos dois países beneficiem desta”, acrescentou.
A posição chinesa é um contraponto as ameaças do ocidente ao chavismo. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta segunda (29) que seu país tem “sérias preocupações”.
“É essencial que todos os votos sejam contados de forma justa e transparente, que os funcionários eleitorais compartilhem imediatamente a informação com a oposição e com os observadores independentes, sem demora, e que as autoridades eleitorais publiquem as atas”, pediu Blinken.
Na última década, o imperialismo norte-americano impôs cerca de 930 sanções econômicas a Venezuela, jogando o país numa crise sem precedentes.
O país chegou a ter uma inflação de 344.000% e viu suas receitas petrolíferas caírem de US$ 56 bilhões em 2012 para US$ 743 milhões em 2020.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, felicitou Maduro pela “vitória eleitoral” e comemorou que “a vontade do povo venezuelano foi respeitada nas urnas”. Arce disse que a Bolívia continuará fortalecendo os laços de amizade com a Venezuela.
O presidente de Cuba Miguel Díaz-Canel também parabenizou Maduro pela “vitória histórica” nas eleições.
“Hoje a dignidade e a coragem do povo venezuelano triunfaram sobre as pressões e manipulações”, escreveu o líder cubano, que acrescentou que “o povo bolivariano… derrotou de forma limpa a oposição pró-imperialista de forma inequívoca”.
A Rússia foi outro país que reconheceu o resultado das eleições. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou Maduro pela vitória, conforme informado pelo Kremlin. Segundo Moscou, Putin enviou uma mensagem a Maduro: “estamos desenvolvendo relações em todas as áreas, incluindo áreas sensíveis”, disse.