PF investigará Carla Zambelli por atos golpistas
Para descredibilizar o resultado das urnas, a deputada teria tentado obter informações de um militar venezuelano sobre um suposto financiamento da Venezuela a governos de esquerda
Publicado 25/07/2024 12:56 | Editado 26/07/2024 08:03
A situação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é cada vez mais complicada. A bolsonarista, que já responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), agora será investigada pela Polícia Federal (PF) sobre o suposto envolvimento numa tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder.
Após receber o pedido da corporação, o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou nesta quarta-feira (24) as investigações.
O objetivo é saber se a deputada intermediou a viagem de uma influenciadora digital à Espanha para encontrar o general Hugo Carvajal, ex-chefe do serviço de inteligência da Venezuela no governo de Hugo Chaves.
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Depois da derrota de Bolsonaro e para descredibilizar os resultados das urnas, a deputada queria obter informações do militar, que foi preso naquele país em 2021, sobre o suposto financiamento da Venezuela a governos de esquerda, incluindo o Brasil.
O caso chegou ao conhecimento da PF por meio do depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que também é investigado no Supremo por seu envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro.
Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto já respondem ação penal no STF pela invasão de sistemas e adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a denúncia, Delgatti teria violado indevidamente mecanismos de segurança e invadido dispositivos informáticos do CNJ sob o comando de Zambelli.
De agosto de 2022 a janeiro de 2023, ele teria adulterado dados de documentos como certidões, mandados de prisão, alvarás de soltura e quebras de sigilo bancários, com o objetivo de prejudicar a administração do Judiciário e a credibilidade das instituições e gerar vantagens políticas para a parlamentar.
Na denúncia, a PGR diz que Delgatti confessou o crime e a solicitação da deputada para que ele os cometesse.
“A denúncia narra que, em 10/8/2022, Carla Zambelli divulgou em suas redes sociais um encontro com Delgatti, afirmando que ele tinha sido o responsável por hackear 200 autoridades, entre ministros do Executivo e do Judiciário. A conduta representaria uma verdadeira confissão de seu envolvimento nos delitos”, diz um trecho da acusação.