RS passa a ter Dia Estadual Tereza de Benguela, celebrado em 25/7
Proposta da deputada Bruna Rodrigues (PCdoB), sancionada pelo governador, cria dia para homenagear e celebrar a resistência das mulheres negras gaúchas
Publicado 22/07/2024 15:36 | Editado 22/07/2024 16:21
Proposto pela deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB), o projeto de lei que cria o Dia Estadual Tereza de Benguela e das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas, a ser celebrado em 25 de julho, no Rio Grande do Sul, foi sancionado pelo governador Eduardo Leite.
“O projeto fala muito sobre a necessidade de homenagear e celebrar a existência e a resistência das mulheres negras do Rio Grande do Sul. Mulheres que nunca se sentiram representadas ou homenageadas com a mesma relevância que passam dedicando sua vida ao nosso estado”, declarou Bruna.
Ela completou explicando que “assim como chegamos só agora na Assembleia Legislativa, depois de 56 legislaturas, é importante tornar o Julho das Pretas um marco para honrar a luta e a presença das nossas mulheres em todos os espaços de poder e celebração”, explicou Bruna, parlamentar negra mais votada nesta legislatura na Assembleia Legislativa gaúcha.
Conforme lembra a justificativa do projeto, Tereza de Benguela, ou Rainha Teresa, como era conhecida, foi uma mulher negra, escravizada, que conseguiu fugir de seu “dono” e passou a viver no Quilombo de Quariterê, também chamado de Quilombo do Piolho, no Mato Grosso, liderado por José Piolho, esposo de Tereza. Com a morte dele, Tereza assume a liderança.
A história de Tereza inspira “a luta das mulheres negras contra a opressão e o racismo de toda a ordem”, pontua o projeto. Por isso, o Brasil criou a Lei 12.987/2014, sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
A data remonta, ainda, ao ano de 1992, quando aconteceu, em Santo Domingo, na República Dominicana, o primeiro encontro de Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas, cujo objetivo era estabelecer a resistência da mulher negra contra a opressão de gênero e raça.
A partir daí, a rede de mulheres que organizou o encontro, em conjunto com a Organização das Nações Unidas, estabeleceram o dia 25 de julho como o Dia Internacional da Mulher da Afro-latino-americana, Afro-caribenha e da Diáspora, tendo como objetivo promover e fortalecer a ação política das mulheres negras em todas as regiões junto ao poder público por ações concretas para a eliminação do racismo e do sexismo.
Com agências
(PL)