Lula se reúne com movimentos populares, em São Paulo, nesta sexta (19)

Movimentos populares, religiosos e sindicais encontrarão o presidente no Armazém do Campo, do MST, para discutir prioridades e desafios, a partir das 15h; 60 organizações confirmaram

16.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião para anúncios referentes ao setor da indústria de alimentos, no Palácio do Planalto. Brasília - DF. Foto: Claudio Kbene / PR

Nesta sexta-feira (19), a partir das 16h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no Armazém do Campo, em São Paulo (SP), para uma reunião executiva com movimentos populares, sindicais e religiosos. O encontro, que não será aberto à imprensa, propõe um diálogo direto com os movimentos para debater pautas, avaliar o governo e cobrar propostas concretas.

Estarão presentes 60 organizações do campo popular ligadas às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Entre os movimentos confirmados estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). As oito centrais sindicais, que apoiaram a eleição de Lula, trarão à mesa questões de emprego, renda e direitos para a população sem carteira assinada.

João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST, expressou em seu comentário à Rádio Tutameia a urgência de acelerar a implantação de políticas públicas que atendam às necessidades da população, especialmente os mais pobres e os trabalhadores informais. Segundo ele, embora o governo tenha mantido a inflação sob controle e aumentado os salários, os benefícios dessas medidas ainda não chegaram à parcela da população que mais precisa.

“Há uma inquietação muito grande porque, nos últimos dois anos, os movimentos populares se engajaram para eleger Lula e derrotar o fascismo. Todos nós temos consciência das dificuldades. Emergiu um governo de frente ampla, houve aliança com setores da burguesia, inclusive agrária, que se somaram à luta antifascista. Isso é positivo, mas precisamos ver resultados concretos na base,” disse Stédile.

Stédile ressaltou que, apesar do diálogo frequente com os ministérios, falta determinação política e ousadia para retomar grandes programas que sensibilizem as massas. Ele destacou a gravidade da crise econômica e ambiental, mencionando a tragédia no Rio Grande do Sul e a queima de 10% do Pantanal. “Os movimentos populares estão preocupados com a necessidade urgente de fazer com que a boa vontade de Lula e as políticas públicas cheguem às bases para resolver os problemas concretos da população.”

Os movimentos populares urbanos levantarão temas como moradia, saúde, educação e transporte, defendendo a ideia de tarifa zero para o transporte público, já implementada em 130 cidades brasileiras. No campo, os desafios incluem a paralisação da reforma agrária e a necessidade de aumentar a produção de alimentos.

Os movimentos religiosos, que atuam diretamente nas periferias, também estarão presentes. “São eles que sentem na pele os problemas do nosso povo,” afirmou Stédile, citando o exemplo do padre Júlio Lancelotti, conhecido por seu compromisso com a população de rua em São Paulo.

Ao final da reunião, haverá um período reservado para o registro de imagens, e jornalistas poderão fazer perguntas para representantes do governo federal e dos movimentos. No sábado (20), Lula tem uma agenda com o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos.

Serviço:

  • Data: sexta-feira, 19 de julho
  • Horário: 16h
  • Local: Armazém do Campo, na Alameda Nothmann, 806, Campos Elísios, São Paulo (SP)

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