PF cumpre novos mandados em caso da fraude da vacinação de Bolsonaro
2º fase da Operação Venire investiga aliados de Bolsonaro. Busca e apreensão visa identificar outros envolvidos e beneficiados
Publicado 04/07/2024 12:28 | Editado 04/07/2024 17:42
A investigação de fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro teve avanços nesta quinta-feira (4). A Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão Duque de Caxias (RJ) contra suspeitos que teriam sido responsáveis por inserir informações falsas no sistema de vacinação do governo federal SI- PNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações). Esta é a segunda fase da Operação Venire.
A suspeita é de que as informações falsas sobre a vacina contra a covid-19 tenham beneficiado Bolsonaro e familiares. Em depoimento, ainda primeira fase da Operação, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, indicou que a ordem para a fraude partiu do ex-presidente. Na ocasião o tenente-coronel havia sido preso pela primeira vez.
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Para os investigadores há ligação da fraude com a tentativa de golpe de Estado em 8 de Janeiro, pois o motivo da suposta falsificação do cartão de vacinas seria assegurar que Bolsonaro e família pudessem entrar em outro país que exigisse o certificado. Como é sabido, o ex-presidente abandonou o país antes do fim do mandato rumo aos Estados Unidos, onde estava quando os golpistas vandalizaram a capital federal.
Suspeitos
A busca e apreensão atingiu o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB-RJ), que hoje ocupa o cargo de secretário de Transporte do governo do Rio de Janeiro, e a secretária de Saúde de Duque de Caxias, Célia Serrano. Além de qualificar a participação deles, a PF ainda visa identificar se mais pessoas estão envolvidas ou foram beneficiadas com as fraudes.
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Além de Mauro Cid, preso por conta do esquema, chegaram a ser detidos e posteriormente foram soltos: o secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha; o ex-assessor e segurança de Bolsonaro, Sérgio Cordeiro; o ex-major do Exército, Ailton Barros; o ex-assessor especial de Bolsonaro Max Guilherme; e o militar e ex-integrante da equipe de Cid, Luís Marcos dos Reis.
Vacina e joias
A continuidade das investigações acontece após relatório da PF e posterior determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Segundo o colunista do Metrópoles, Igor Gadelha, a PF decidiu indiciar Bolsonaro pelo caso de falsificação no cartão de vacinação contra a covid-19 e também pelo caso da venda ilegal de joias nos Estados Unidos.
No final de junho já havia o indicativo que Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Bolsonaro, também seria indiciado pelo caso das joias, assim como Mauro Cid e o advogado Frederico Wasseff (responsável por recomprar um relógio para devolvê-lo à União). De acordo com a coluna, o indiciamento não deverá contar com prisões preventivas.