Governo, produtor e indústria fecham acordo para evitar importação de arroz

“E nós vamos monitorar. Na medida que os preços normalizem e não tenha especulação, não se faz mais necessário ter leilão”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro

(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (4) que o governo fechou acordo com a indústria e a representação dos produtores para evitar a importação de arroz.

“E nós vamos monitorar. Na medida que os preços normalizem e não tenha especulação, não se faz mais necessário ter leilão”, disse.

Faváro afirmou que o compromisso foi fechado nesta quarta-feira (3) e envolve o monitoramento de preços e distribuição.

“Já que todos concordamos que tem arroz suficiente, esse arroz tem de chegar rápido a mesa do consumidor com preços justos para combater a especulação”, frisou o ministro durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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Paralelo a isso, ele diz que o governo vai estimular a produção do produto. “É determinação do presidente Lula que a gente plante mais para que tenhamos arroz como temos carne bovina, suína e de aves em abundância, pois se sobrar vamos exportar e gerar renda no campo, o excedente vai para a balança comercial brasileira”, diz.

De acordo com ele, o episódio do leilão de importação, que foi cancelado por conta da incapacidade técnica das empresas vencedoras, “serviu para dar um freio de arrumação” no problema.

“A especulação cessou, os produtores gaúchos puderam com indústria normalizar as entregas, ainda tem algumas regiões que os preços estão elevados, os locais mais longe da região produtora. Em Manaus, o preço do arroz ainda está fora do normal. Em Recife, ainda está fora da normalidade”, apontou o ministro.

Na avaliação dele, o Brasil é autossuficiente na produção e consumo de arroz, mas com os desastres climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul houve um momento em que os preços dispararam e o governo precisou tomar providências.

“O presidente Lula nos chamou e disse que não poderia um pacote de arroz de 5 kg custar R$ 40. Por outro lado, os produtores brasileiros disseram ‘não é problema do produtor’ é a falta de infraestrutura, ‘estamos com rodovias desconectadas, estamos com dificuldades de emitir nota fiscal’. É fato. O Datacenter do Rio Grande do Sul encheu de água. Isso atrapalhou muito a distribuição de arroz e o governo precisou agir”, explicou.

No primeiro momento, o governo lançou edital para comprar 100 mil toneladas dos países do Mercosul como Argentina, Paraguai e Uruguai, mas houve um movimento especulativo por parte dos produtores do bloco.

“O dinheiro que iria comprar 100 mil toneladas, quatro dias após o edital, comprava só 70 mil. O governo então ampliou as medidas”, afirmou, referindo-se a derrubada da taxa de importação para comprar o produto de outros países.

Com isso, o novo edital foi lançado para comprar 350 mil toneladas e podendo chegar a 1 milhão de toneladas.

“Foi uma polêmica esse edital. A gente só soube depois que os vendedores do arroz pareciam que nem todos tinham capacidade técnicas para entregar arroz de qualidade. Nós temos que ter responsabilidade com o dinheiro público. Então, tomamos a decisão difícil de cancelar o leilão e monitorar o preço do arroz”, explicou.

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